Em novo leilão, valor da Santa Casa cai para R$ 39,1 milhões

Sem interessados na compra do prédio da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, o preço do leilão caiu para R$ 39,1 milhões. Inicialmente, o imóvel havia sido colocado à venda por R$ 78,2 milhões, mas, como não houve lances, o valor foi reduzido primeiro para R$ 54,7 milhões e agora chegou a praticamente 50% do lance original.

O prédio da Santa Casa, localizado no bairro Bandeirantes, possui um terreno de 22 mil metros quadrados e uma área construída de 20 mil metros quadrados. Em 2019, o Estado assumiu a gestão do hospital, após a unidade se afundar em dívidas e suspender atendimentos por falta de condições financeiras. No entanto, o Governo já anunciou que, assim que o Hospital Central de Alta Complexidade for inaugurado — previsto ainda para este ano —, a Santa Casa será definitivamente fechada.

As tentativas de leilão têm como objetivo quitar os débitos trabalhistas com centenas de profissionais que ficaram sem receber salários e direitos durante a crise enfrentada pela instituição. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT), somente as dívidas trabalhistas ultrapassam a casa dos R$ 90 milhões, além de outros débitos acumulados com fornecedores e instituições financeiras.

Neste novo leilão, as propostas devem ser apresentadas até 21 de outubro ao Tribunal Regional do Trabalho. O valor ofertado corresponde a 50% do preço inicial do imóvel.

Quem adquirir o prédio deverá pagar 25% do valor em até 48 horas e o restante em até cinco dias. O arrematante receberá a unidade sem débitos tributários, mas os lances se referem exclusivamente ao imóvel — os equipamentos hospitalares e mobiliários não estão incluídos.

A Santa Casa de Cuiabá, fundada há mais de 200 anos, já foi referência no atendimento filantrópico e de alta complexidade em Mato Grosso, especialmente em áreas como cardiologia e ortopedia. No entanto, crises financeiras sucessivas, má gestão administrativa e acúmulo de dívidas levaram à decadência da instituição, levando à intervenção do Estado e, agora, em sua venda judicial.