DEFENDE PUNIÇÃO
Max Russi considera PEC da Blindagem um retrocesso e defende igualdade perante a lei
Patrícia Neves
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Max Russi (PSB), classificou como “retrocesso” a aprovação da PEC das Prerrogativas – também chamada de PEC da Blindagem – pela Câmara dos Deputados. A declaração foi feita antes da sessão na ALMT, nesta quarta-feira (17), em resposta à repercussão nacional da proposta, que dificulta o andamento de processos judiciais contra parlamentares.
Max Russi destacou que qualquer tentativa de levar uma proposta semelhante à Assembleia Legislativa será tratada com cautela e responsabilidade, ressaltando os riscos de se criar privilégios dentro do sistema político.
“Se alguém apresentar algo semelhante, certamente irá a votação, porque é minha obrigação enquanto presidente colocar todos os projetos em pauta. Mas reforço: é preciso ter coragem para dizer que isso é um retrocesso”, afirmou.
O parlamentar reforçou que não é papel do Legislativo legislar em causa própria e que ninguém pode estar acima da lei, independentemente do cargo que ocupa ou do poder que exerce.
“A lei tem que ser igual para todos. Desde o cidadão mais simples até aquele com maior poder político ou econômico. Quem comete irregularidades, seja deputado, secretário ou qualquer outro, precisa responder pelos seus atos”, declarou.
Max também fez críticas ao movimento no Congresso Nacional que, segundo ele, pode estar legislando em benefício próprio:
“O Congresso está legislando em causa própria. E isso preocupa. Porque ao invés de fortalecer a confiança da população nas instituições, acaba afastando o cidadão da política.”
A PEC da Blindagem foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados e agora segue para análise no Senado. A proposta exige que investigações criminais contra parlamentares só sejam iniciadas com autorização da respectiva Casa Legislativa, além de ampliar o foro privilegiado a dirigentes partidários.