Santa Casa: Abílio diz que Prefeitura só entra no jogo por R$ 25 milhões

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), ainda não descartou totalmente a possibilidade de a Prefeitura comprar o prédio da Santa Casa de Misericórdia, em Cuiabá. No entanto, ele afirmou à imprensa nesta segunda-feira (22) que só cogita uma proposta caso o valor caia para próximo de R$ 25 milhões.

Este ano, o Governo do Estado anunciou que não irá mais alugar o prédio, onde atualmente funciona o Hospital Estadual Santa Casa. A unidade deve ser desativada com a abertura do novo Hospital Central de Alta Complexidade, também em Cuiabá, que ficará responsável por absorver a demanda de atendimentos.

Sem uso pelo Estado, a estrutura será vendida para quitar aproximadamente 800 processos trabalhistas acumulados pela antiga gestão da Santa Casa. O preço inicial de venda foi estipulado em R$ 78 milhões, mas não houve interessados.

Em um segundo leilão, o valor caiu para R$ 54,7 milhões, mas novamente não houve ofertas. Atualmente, o preço mínimo está em R$ 39 milhões, e os interessados têm até 21 de outubro para formalizar propostas.

“Acredito que ela não deve alcançar o lance de nenhum entre R$ 39 milhões e, quando cair para R$ 25 milhões, aí eu acho que abre um espaço para negociação (…) Chegando a R$ 25 milhões, a gente está dentro de um espaço em que a Prefeitura pode chegar a ofertar um lance”, disse o prefeito.

Apesar de admitir a possibilidade de o município apresentar uma oferta, Abílio cobrou que outros agentes políticos também cumpram suas promessas em relação ao destino da Santa Casa.

“Eu acredito que nós temos que aguardar o lance do Governo Federal, o lance do Governo Estadual e só então sobra para a gente. No momento, não estamos discutindo essa opção (…) eu lembro que o [ministro da Saúde, Alexandre] Padilha, junto com o [deputado federal] Emanuelzinho, tinham gravado um vídeo falando que iam salvar a Santa Casa, que iam comprar. Estou esperando o Governo Federal comprar aí”, alfinetou.

O impasse em torno da venda da Santa Casa se arrasta desde 2019, quando a instituição filantrópica fechou as portas por causa de dívidas trabalhistas e fiscais. Apesar das tentativas de leilão, o valor do imóvel e a complexidade do passivo jurídico têm afastado possíveis compradores. O futuro da estrutura é considerado estratégico para o sistema de saúde de Cuiabá, já que o hospital está localizado em área central e dispõe de ampla capacidade de atendimento.