40 MULHERES MORTAS
Em nove meses de 2025, MT já atingiu 85,1% do total de feminicídios registrados em 2024
Da Redação

Mato Grosso já contabiliza 40 feminicídios entre janeiro e setembro de 2025, número que se aproxima do total registrado ao longo de todo o ano passado, quando foram confirmados 47 casos. Os dados são do Observatório Caliandra, mantido pelo Ministério Público Estadual, e reforçam a urgência de ações integradas para o enfrentamento da violência contra a mulher. Na prática, em apenas nove meses de 2025, Mato Grosso já atingiu 85,1% do total de feminicídios registrados ao longo de todo o ano de 2024.
Marcados por brutalidade, os crimes de feminicídio ocorrem, geralmente, em residências. Os dados revelam que 72,22% dos casos foram dentro de casa, seja do casal ou da própria vítima, com arma cortante ou perfurante sendo a mais usada seguida de arma de fogo. As facas são usadas, na maior parte dos casos. Na sequência, armas de fogo. A motivação em 98% dos casos está relacionada ao ciúmes ou ao fato de não aceitação do término.
Mediante os dados alarmantes, está disponível no portal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) a segunda versão do Guia Prático de Serviços da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, um verdadeiro mapa de apoio que reúne, em um só lugar, todos os serviços essenciais para proteger, acolher e orientar mulheres em situação de violência em Cuiabá.
A publicação busca orientar não apenas as vítimas, mas também profissionais e a sociedade em geral sobre os recursos disponíveis para romper o ciclo de abuso. O guia organiza de forma clara e acessível os contatos e serviços públicos que oferecem proteção, orientação, acolhimento e responsabilização dos agressores, promovendo um ambiente mais seguro e digno para as mulheres e suas famílias.
Entre os órgãos listados estão instituições das áreas de justiça, segurança pública, assistência social, saúde e educação, como Delegacias Especializadas, Ministério Público, Defensoria Pública, centros de atendimento, casas de acolhimento, hospitais, UPAs, CRAS, CREAS e entidades da sociedade civil organizada. O material também explica os diferentes tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha (física, psicológica, sexual, patrimonial, moral e vicária) e orienta sobre como buscar ajuda.
A iniciativa fortalece a articulação da Rede de Enfrentamento e da Rede de Atendimento, essenciais para prevenir e combater a violência doméstica e familiar, garantir acolhimento humanizado às vítimas e promover sua autonomia e reintegração social.
O Guia Prático da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher foi elaborado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher), com apoio da Assembleia Legislativa. Ele pode ser encontrado no endereço https://portalcemulher.tjmt.jus.br/ , na aba Cartilhas.