IMPASSE
Dr. João critica impasse na venda da Santa Casa e diz que quem comprar “vai casar com uma viúva pobre”
Patrícia Neves
O deputado estadual Dr. João (MDB) se manifestou sobre a possível venda da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, avaliada em R$ 39 milhões. O hospital, com mais de 200 anos de história, possui centros cirúrgicos modernos e é referência em diversos serviços de saúde, mas está sendo colocado à venda para quitar dívidas trabalhistas. Até o momento, no entanto, não houve acordo sobre a aquisição do prédio.
Durante entrevista nesta quarta-feira (24), o parlamentar cobrou maior envolvimento do Governo do Estado e da Prefeitura de Cuiabá na negociação e afirmou que a Assembleia Legislativa deve limitar-se ao apoio político, e não financeiro.
“Eu acho que tem que haver uma conversa entre o governo do Estado e a Prefeitura. Desde o início, o governador disse que tinha um plano B. Eu acho que agora o plano B virou plano A. Ele já deve ter uma ideia para repassar pra gente”, afirmou Dr. João.
O deputado também sugeriu que, caso o Estado compre o prédio, a gestão dos serviços emergenciais poderia ser feita pela Prefeitura. Em relação ao valor, Dr. João disse acreditar que os R$ 39 milhões correspondem à avaliação já esperada.
“O presidente da comissão de avaliação já tinha manifestado que o preço giraria em torno disso. Realmente, vai girar. Agora, é preciso sentar e resolver”, destacou.
Questionado sobre a possibilidade de a Assembleia Legislativa de Mato Grosso utilizar recursos próprios para ajudar na aquisição do imóvel, Dr. João foi categórico:
“A Assembleia pode apoiar, sim, mas pegar dinheiro para comprar eu acho difícil. Eu não concordo”, afirmou.
Outro ponto levantado pelo deputado é o volume da dívida trabalhista, que ultrapassa o valor da venda. Para ele, quem assumir a Santa Casa terá que negociar diretamente com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
“Não tem jeito. Deve-se mais do que se pretende arrecadar. Quem for comprar vai ‘casar com uma viúva pobre’. Vai ter que assumir essa dívida dos trabalhadores. Eu acho que tem que negociar parceladamente com o TRT”, concluiu.