ALERTA
Mato Grosso registra novo caso suspeito de sarampo em Primavera do Leste
Thalyta Amaral
O município de Primavera do Leste (231 km a leste de Cuiabá) está em alerta após a identificação de um novo caso suspeito de sarampo. Na última semana, dois diagnósticos já haviam sido confirmados na cidade, o que levou a Secretaria Municipal de Saúde a criar um gabinete de crise para coordenar ações emergenciais de prevenção e controle.
De acordo com a pasta, equipes de vigilância estão entrando em contato com todas as pessoas que procuraram atendimento médico nos dias 19, 20 e 28 de setembro, período em que houve possibilidade de exposição ao vírus por meio da terceira pessoa que agora está sob investigação.
O principal risco, segundo especialistas, recai sobre quem não está vacinado. Foi o caso das duas primeiras pacientes — mãe e filha — que receberam o diagnóstico positivo para sarampo após retornarem de uma viagem à Bolívia.
Entre os sintomas da doença estão febre alta, manchas vermelhas na pele, tosse persistente, coriza e irritação nos olhos. A recomendação é que quem apresentar sinais suspeitos procure imediatamente atendimento médico e utilize máscara até a confirmação ou descarte do diagnóstico, evitando a transmissão.
Antes dos casos recentes em Primavera do Leste, Mato Grosso havia registrado o último caso de sarampo em 2020, no município de Lucas do Rio Verde (354 km ao norte), permanecendo cinco anos sem notificações da doença.
A vacinação segue como a forma mais eficaz de prevenção. O Brasil havia recebido da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em 2016 o certificado de eliminação do sarampo, mas perdeu o título em 2019 após a queda das coberturas vacinais.
“O sarampo era uma doença eliminada no Brasil. A vacina, desenvolvida na década de 1960, é segura e protege também contra a rubéola e a caxumba. Mas, infelizmente, com o movimento antivacina, tivemos retrocessos na saúde pública”, lamenta a secretária municipal de Saúde, Laura Leandra.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a meta ideal é vacinar 95% do público-alvo, mas o índice nacional de cobertura vacinal contra o sarampo ficou em torno de 80% em 2023, o que aumenta o risco de reintrodução do vírus em diversas regiões do país.