Polícia investiga participação de pais de PM na morte de personal trainer

A Polícia Civil apura se os pais do policial militar Raylton Mourão têm algum envolvimento no assassinato da personal trainer Rozeli Nunes, morta em 11 de setembro, em Várzea Grande. Os genitores foram ouvidos nesta segunda-feira (29), na segunda fase da Operação Moeda de Sangue, deflagrada para aprofundar as investigações sobre o caso.

Segundo o delegado Caio Albuquerque, responsável pelo inquérito, durante as diligências foram coletados diversos elementos que levantam suspeitas de que os pais do militar possam ter colaborado com o crime.

“Há fortes indicativos que eles [os pais do policial militar] tenham tido colaboração nessa empreitada criminosa. Em depoimento, nós constatamos vários apontamentos falsos declarados por eles. O que nos leva a crer que eles participaram, de certa forma, na ação criminosa realizada pelo filho”, explicou o delegado.

Na operação desta segunda-feira foram cumpridos mandados de busca e apreensão em uma oficina mecânica, uma residência e uma chácara, todos localizados em Rosário Oeste (212 km ao sul de Cuiabá). Os imóveis são de propriedade de amigos do policial militar, que já confessou ter matado a personal trainer.

Durante as buscas, a polícia apreendeu uma picape Montana, uma motocicleta Tornado e aparelhos celulares. De acordo com o delegado, a moto não é a mesma utilizada no dia do assassinato, mas teria sido usada dias antes para monitorar a vítima.

Rozeli Nunes foi morta a tiros enquanto caminhava, em plena luz do dia. O crime, segundo a investigação, teria sido motivado por uma desavença pessoal entre a vítima e o militar, mas a Polícia Civil não descarta outras linhas de apuração, como a participação de terceiros na preparação e execução do homicídio.

O caso é acompanhado pelo Ministério Público, e Raylton Mourão segue preso preventivamente. A Polícia Civil deve concluir o inquérito nas próximas semanas, quando deve esclarecer se os pais do policial e outros envolvidos também serão indiciados.