OPERAÇÃO HORTIFRAUDE
Operação aponta mais de mil empresas envolvidas de sonegação; 13 já estão presos por fraude de R$ 45 milhões
A Operação Hortifraude, deflagrada nesta terça-feira (30), pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Mato Grosso (CIRA-MT), já resultou na prisão de 13 pessoas, na suspensão de inscrição de mais de mil empresas, e na identificação de 21 contadores supostamente envolvidos em um complexo esquema de sonegação fiscal no setor de hortifrutigranjeiros. De acordo com as informações levantadas nas investigações, o prejuízo causado aos cofres públicos ultrapassa R$ 45 milhões.
De acordo com o delegado João Paulo Firpo, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), que coordena a investigação, 95% das empresas identificadas já tiveram a inscrição estadual suspensa, e o número pode aumentar à medida que novas análises são concluídas. “Já foram identificadas mais de mil empresas envolvidas e 95% já estão com as inscrições suspensas. Até o momento, 21 contadores aparecem diretamente ligados ao esquema, e ainda há muito mais a ser apurado”, afirmou o delegado.
O prejuízo aos cofres públicos, segundo a Defaz, ultrapassa os R$ 45 milhões. A operação mobiliza 148 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal, cumpridos nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande e também em São Paulo (SP).
Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava na criação de empresas de fachada e utilizava documentos fiscais fraudulentos para simular operações de compra e venda de produtos hortifrutigranjeiros, gerando créditos de ICMS indevidos. O objetivo era reduzir artificialmente o valor do imposto a pagar, promovendo concorrência desleal e evasão fiscal em larga escala.
As empresas laranjas funcionavam com CNPJs ativos, mas sem estrutura física ou operacional, e eram gerenciadas com a ajuda de contadores e operadores do esquema, que viabilizavam a movimentação de notas fiscais fictícias.
A operação é considerada uma das maiores já realizadas pelo CIRA-MT no setor. A investigação segue em andamento, e o número de envolvidos pode aumentar. O material apreendido será analisado para aprofundar o mapeamento da rede criminosa e responsabilizar penal e administrativamente os agentes envolvidos.