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DESOCUPAÇÃO CONCLUÍDA

Garimpo ligado ao Comando Vermelho é desmantelado em terra indígena de MT

Da Redação

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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou, entre 28 e 30 de setembro, mais uma ação para combate do garimpo ilegal e para a desintrusão de invasores na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso. Dessa vez, o alvo da ação foi a área denominada “Garimpo do Cururu”, onde atividades criminosas persistem de maneira intensa e onde estariam concentrados e escondidos criminosos da facção Comando Vermelho. A organização criminosa exerce o controle de diversas áreas dentro do território indígena com grupos fortemente armados, munidos de grande quantidade de armamentos de uso restrito.

Em razão do elevado nível de riscos e complexidade, a ação foi operacionalizada pelo Grupo Especial de Fiscalização (GEF/Ibama) em conjunto com a Polícia Federal (PF), a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC/MT), o Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron/MT), o Batalhão de Operações Especiais (BOPE/PMMT) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer). A equipe contou ainda com o apoio de policiais do Grupo Tático 3 (GT3) da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil do Estado de Goiás (CORE/GT3/PCGO). A ação mobilizou um efetivo de 80 policiais e agentes, cinco helicópteros do Ibama e um helicóptero do CIOPAer.
Confronto com os criminosos

Na deflagração da operação, no dia 28, as equipes foram surpreendidas por diversos disparos de fuzil efetuados por criminosos dispersos na área e que atuavam na proteção de estruturas criminosas e maquinários de extração mineral. As equipes reagiram de forma proporcional e técnica, assegurando a integridade dos agentes e das aeronaves e a continuidade da missão. Os confrontos intensos ocorreram durante todo o dia em várias porções da área, à medida que as equipes de segurança progrediam no terreno para neutralização de estruturas e recolhimento de armas, munições, explosivos, dentre outros materiais ilícitos.

Durante os confrontos, dois suspeitos (uma mulher e um homem) foram feridos, receberam atendimento de primeiros socorros dos agentes ainda no local e foram removidos, prontamente, com os helicópteros do Ibama para atendimento em unidade médica no município de Pontes e Lacerda (MT). Os dois suspeitos estão fora de risco. Nenhum policial ou agente foi ferido.

O controle da área só foi consolidado no segundo dia da missão (29), com o apoio do BOPE/PMMT e do CIOPAer, o que ocasionou a fuga da maioria dos garimpeiros e integrantes de facções.

Bunkers abrigavam maquinário

No decorrer da ação no Garimpo do Cururu, os agentes localizaram uma rede de abrigos subterrâneos construídos pelos criminosos para guarda e proteção dos equipamentos ilegais. No total, foram localizados 14 bunkers, com estoques de alimento e grande quantidade de equipamentos e insumos diversos para as atividades ilegais. Em um dos abrigos identificados, foram encontradas 6 armas de fogo, incluindo um fuzil 5.56 mm e duas espingardas calibre 12.

Geralmente, esses abrigos são feitos sob os acampamentos e próximos dos locais de funcionamento das atividades ilegais. Esses esconderijos facilitam a rápida desmobilização e guarda de insumos diversos, equipamentos e armamentos evitando que sejam localizados, aprendidos ou destruídos durante as ações de fiscalização.

Ao longo dos três dias da operação, foram apreendidos e/ou destruídos 42 motores estacionários, 3 escavadeiras hidráulicas, 1 quadriciclo, 2 caminhonetes, 13 motobombas, 18 motores geradores, 3 motosserras, 8 motocicletas, 14 depósitos subterrâneos (bunkers) com equipamentos e insumos diversos, 101 acampamentos, 7 armas de fogo e grande quantidade de explosivos (emulsões, nitropenta e espoletas). Além disso, 4 minas subterrâneas abertas para exploração de ouro de filão foram demolidas por uma equipe da PF especializada em explosivos.

A ação prosseguirá no local com reforço das equipes de fiscalização para localização dos criminosos e de armamentos, e para neutralização de maquinários e equipamentos escondidos na região. Há informações que membros da facção criminosa que controla o local ainda estariam escondidos no interior da terra indígena fortemente armados. O objetivo é a desarticulação completa das atividades ilegais e desintrusão da área, garantindo o cessamento dos danos ambientais, preservação ambiental, a proteção dos povos originários e o cumprimento da legislação brasileira.

Operação Xapiri

Essa iniciativa ocorre no âmbito da Operação Xapiri, deflagrada para combater o garimpo ilegal e efetuar a desintrusão de invasores, em andamento na Terra Indígena Sararé desde 1º de agosto. Em quase dois meses de operação, já foram destruídas na região mais de 170 escavadeiras hidráulicas, centenas de motores e estruturas diversas para suporte logístico das atividades ilegais.

Desde 2023, mais de 470 escavadeiras já foram neutralizadas durante ações de fiscalização na TI Sararé. Esse tipo de maquinário é responsável pelos danos ambientais mais graves, especialmente a destruição de milhares de hectares em áreas de preservação permanente e destruição de rios e córregos.

Além da neutralização de equipamentos e da infraestrutura logística das atividades ilegais, é fundamental o combate efetivo do crime organizado nas áreas protegidas. Atualmente, verifica-se a diversificação das atividades ilegais das facções com a ampliação dos domínios territoriais para unidades de conservação e terras indígenas onde já estão estabelecendo o controle das atividades ilegais de exploração de recursos naturais.

Sobre a TI Sararé

Com 67 mil hectares e habitada por grupos indígenas da etnia Nambikwara, a TI Sararé está entre as mais afetadas pelo garimpo ilegal no Brasil. Está localizada em zona sensível na faixa de fronteira do País no Estado de Mato Grosso onde há forte incidência de crimes como o tráfico de drogas e de armas. Estima-se que aproximadamente 2 mil hectares tenham sido devastados pela exploração ilegal de ouro, impulsionada por organizações criminosas armadas que invadiram e atuam dentro da área.

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