Faccionados invadem casa, rendem cinco trabalhadores e tentam ‘aplicar’ punições do tribunal do crime

Seis criminosos ligados à uma facção criminosa foram presos por sequestro na cidade de Marcelândia por volta das 21h40 de sexta-feira (3). De acordo com a PM, uma residência usada como alojamento de funcionários terceirizados da empresa Águas de Marcelândia foi invadida seis por criminosos fortemente articulados, que se apresentaram como membros de uma facção e mantiveram cinco trabalhadores como reféns por horas.

A Polícia Militar foi acionada por um representante da empresa, após receber uma ligação informando que seus funcionários estavam sendo mantidos sob cárcere privado dentro do imóvel. Era a segunda vez que o local sofria invasão criminosa. De imediato, a Polícia Militar se deslocou ao endereço e, ao entrar na casa, encontrou um cenário de completo domínio faccionado: suspeitos armados, homens tentando fugir pelo telhado e vítimas apavoradas.

Seis homens foram abordados no local. As vítimas, com idades entre 21 e 51 anos, relataram que quatro criminosos estavam mantendo todos sob controle com ameaças de morte. Um deles seria alvo direto do grupo, acusado de pertencer a uma facção rival. O “tribunal do crime” foi montado ali mesmo: os criminosos portavam arma de fogo, usavam o cabo de uma picareta para intimidação e realizaram uma chamada de vídeo com um faccionado do Rio de Janeiro, que exibiu uma arma longa enquanto participava remotamente do interrogatório.

Segundo relatos, os funcionários vivem sob constante monitoramento. Um drone sobrevoa o alojamento diariamente, como parte da estratégia de vigilância dos criminosos, numa espécie de regime paralelo de controle territorial.

A fuga dos bandidos após a chegada da PM envolveu perseguição pelas ruas do bairro. Dois suspeitos escaparam inicialmente pelo telhado, mas foram localizados com escoriações compatíveis com escalada de muros, escondidos em frente a uma residência conhecida pelo tráfico de drogas. No veículo usado pela quadrilha, um Siena prata, foram encontradas roupas e equipamentos utilizados no crime.

A Polícia Civil agora investiga os crimes de violação de domicílio, sequestro, cárcere privado, resistência, desobediência, formação de quadrilha e ameaça, todos já com indícios consumados. A principal linha de investigação aponta para uma tentativa de execução de “justiceiros do tráfico”, prática comum de facções criminosas.