SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE
“Temos que tomar vergonha na cara”, cobra Mauro sobre penas mais duras para facções
Thalyta Amaral
O governador Mauro Mendes (União) voltou a criticar a ausência de leis mais rígidas para combater as facções criminosas, que, segundo ele, deveriam ser enquadradas como organizações terroristas.
“Nós temos que tomar vergonha na cara, nós brasileiros (…) e fazer uma lei dura para acabar com essas facções criminosas, com esses terroristas do nosso país”, afirmou.
Para Mauro, cabe aos brasileiros assumir uma postura firme diante do problema, em vez de esperar que outros países, como os Estados Unidos, adotem medidas para conter essas organizações.
“Não concordo com isso como brasileiro [com a interferência dos EUA]. Agora, eu não faço lei lá nos Estados Unidos. Nós podemos fazer as nossas leis aqui. Então, em vez de ficar criticando os Estados Unidos, nós temos que tomar atitudes aqui dentro e nós acabarmos com terrorismo”, enfatizou o governador.
Segundo ele, apesar do bom desempenho das forças de segurança, a legislação branda compromete os resultados do enfrentamento ao crime organizado.
“A Polícia Civil e a Polícia Militar fazem um trabalho brilhante. Todos os dias nós prendemos pessoas, nós prendemos criminosos. Muitos deles são soltos dias, horas, semanas depois ou meses depois, porque nós temos uma lei que não classifica essas facções criminosas como terrorismo”, criticou.
O governador ainda relacionou o avanço da violência no Brasil à sensação de impunidade que, segundo ele, foi alimentada ao longo dos anos.
“Talvez hoje a violência que nós estamos colhendo foi fruto disso que foi plantado durante muitos anos, que é a sensação de impunidade, partindo de vários problemas que existem na sociedade brasileira (…) Existe uma tendência que se preocupa muito com o criminoso e, na maioria das vezes, não se preocupa com as vítimas”, pontuou.