INSATISFAÇÃO
Assembleia se prepara para derrubar sete vetos de Mauro Mendes nesta quarta-feira
Thalyta Amaral
A sessão plenária desta quarta-feira (8) promete ser marcada por tensão política e embates entre o Executivo e o Legislativo. Deputados estaduais devem votar a derrubada de sete vetos do governador Mauro Mendes (União) a projetos de lei apresentados por parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Das matérias que constam na pauta da sessão matutina, todas receberam parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) pela derrubada dos vetos.
O clima entre o governador e os deputados tem sido de crescente desconforto. Parlamentares afirmam que Mendes tem vetado de forma recorrente projetos de interesse do Legislativo, o que vem provocando insatisfação dentro da própria base aliada. Entre os críticos do excesso de vetos está o deputado Eduardo Botelho (União), ex-presidente da Casa e correligionário de Mauro Mendes.
Entre os vetosque podem ser derrubados está o que barrou o projeto do deputado Dr. João (MDB), que autoriza o Governo do Estado a firmar convênios com hospitais filantrópicos, ampliando a oferta de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso. A proposta é vista como essencial por prefeitos e entidades de saúde que enfrentam sobrecarga nos atendimentos hospitalares.
Outro veto contestado é o que atingiu o projeto do deputado Júlio Campos (União), que cria políticas públicas voltadas às pessoas com distúrbios e deficiências vocais permanentes, estabelecendo diretrizes para diagnóstico precoce, reabilitação e inclusão social.
Também constam na lista de possíveis derrubadas projetos de autoria dos deputados Sebastião Rezende (União), Valdir Barranco (PT), Wilson Santos (PSD) e até do presidente da ALMT, Max Russi (PSB).
A derrubada dos vetos exige o apoio da maioria absoluta dos parlamentares — pelo menos 13 dos 24 votos. Se confirmada, a decisão reforçará o recado político de insatisfação do Legislativo com o Executivo. Nos bastidores, deputados afirmam que a movimentação não é contra o governo, mas uma forma de reafirmar a autonomia da Assembleia e o respeito à prerrogativa parlamentar.