O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), negou que o grupo de governadores alinhados à direita esteja se enfraquecendo, como apontou nota publicada nesta semana pela Folha de S. Paulo. O jornal afirmou que a união de governadores da direita estaria perdendo força em meio à indefinição política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às divergências internas e da relutância do ex-presidente em indicar um sucessor para 2026.
“Não, não é que perdeu força. Na verdade, todos nós – eu e os demais governadores – temos inúmeros afazeres. Não dá para ficar toda hora indo a reuniões políticas. A agenda de cada um é bastante intensa. Então, encontrar uma data que permita a participação de todos não é algo tão fácil”, disse Mendes na noite de quarta-feira (8).
A reportagem da Folha destacou que a articulação entre governadores conservadores, iniciada há cerca de dois meses, teria “perdido fôlego” e estaria travada por disputas internas e desconfiança entre aliados do ex-presidente Bolsonaro.
A tentativa de união na direita ainda esbarrou em disputas internas, como a exposta na recente troca de ataques envolvendo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).
A reunião dos governadores que mirou uma articulação conjunta ocorreu em 7 de agosto, poucos dias após a prisão domiciliar do ex-presidente e antes da condenação dele no STF (Supremo Tribunal Federal). A ideia envolvia ainda reunir presidentes de partido de centro e direita já na semana seguinte, o que também não aconteceu.
Mauro Mendes, porém, refutou a ideia de enfraquecimento do grupo. Segundo ele, embora não tenham ocorrido novos encontros formais desde a última reunião, o diálogo entre os governadores continua ativo.
“Não estão acontecendo aquelas grandes reuniões, mas existem, sim, grandes diálogos. Eu estarei em Brasília e vou encontrar alguns. Os governadores do Centro-Oeste, a maioria deles, tem uma forma de pensar e atuar muito semelhante, e lá a gente conversa”, afirmou o governador.