CAUSAS DESCONHECIDAS
Menos de seis meses após chegar a santuário em MT, elefanta africana morre
Thalyta Amaral
A elefanta africana Pupy, que vivia no Santuário de Elefantes do Brasil, localizado em Chapada dos Guimarães (67 km ao norte de Cuiabá), morreu na última sexta-feira (10), menos de seis meses após ter sido resgatada e levada ao local de proteção da vida animal. Um exame de necropsia foi realizado para identificar a causa da morte.
Pupy havia sido resgatada após décadas em cativeiro, onde viveu em condições inadequadas, sem os cuidados médicos e alimentares necessários. Segundo a administração do santuário, nos últimos dias a elefanta vinha apresentando sinais de desconforto gastrointestinal. Na sexta-feira, seu apetite diminuiu ainda mais e ela chegou a eliminar cerca de 1,5 quilo de pedras escuras durante a evacuação.
“Depois disso, ficou mais fraca e com comportamentos diferentes. Enquanto [o tratador] Scott levava água, suas patas cederam e ela caiu”, diz trecho da nota divulgada pela administração do santuário.
“Essa é uma das partes mais difíceis da vida em um santuário. Recebemos elefantes idosos que viveram décadas sem alimentação adequada ou cuidados médicos. Esperamos que o santuário possa curar parte dessas feridas. Mas os efeitos do cativeiro são profundos — e, às vezes, irreversíveis”, consta ainda no documento.
Pupy chegou ao santuário em maio de 2025, após uma complexa operação de transporte que envolveu profissionais de diversos estados. Ela havia passado a maior parte da vida em um zoológico no interior de São Paulo, onde vivia sozinha e com pouca mobilidade. Desde sua chegada, era acompanhada por veterinários e cuidadores especializados, que monitoravam sua adaptação e saúde.
O Santuário de Elefantes do Brasil é o primeiro do tipo na América Latina e abriga animais resgatados de circos, zoológicos e outras formas de cativeiro. Localizado em uma área de mais de 1.000 hectares, o espaço é reconhecido internacionalmente pelo trabalho de reabilitação física e emocional de elefantes vítimas de maus-tratos.
Com a morte de Pupy, o santuário agora abriga cinco elefantes — quatro fêmeas e um macho —, todos recebendo acompanhamento veterinário contínuo. A equipe técnica informou que os resultados detalhados da necropsia devem ser divulgados nas próximas semanas.