FIM DO SONHO BILIONÁRIO
AMAGGI e Inpasa abortam projeto de R$ 12,5 bi para construção de usinas de etanol de milho em MT
Kamila Araújo
Uma joint venture que prometia movimentar até R$ 12,5 bilhões na construção de cinco usinas de etanol de milho no Brasil não vai mais sair do papel. A AMAGGI e a Inpasa, duas das maiores empresas do agronegócio brasileiro, anunciaram o fim das tratativas para o projeto, que previa a instalação das primeiras unidades no estado de Mato Grosso.
De acordo com fontes ligadas às empresas, cada planta teria um investimento médio de R$ 2,5 bilhões, com a unidade inicial prevista para o município de Rondonópolis. Campo Novo do Parecis e Querência também estavam entre os locais considerados para receber os empreendimentos. Além do Mato Grosso, cidades em Goiás, Tocantins e São Paulo estavam no radar para as demais instalações.
A decisão de encerrar a negociação foi tomada de forma consensual, após AMAGGI e Inpasa concluírem que têm visões diferentes sobre a estrutura e a governança do negócio. Apesar disso, ambas afirmaram que a condução do processo foi feita com transparência e respeito mútuo, em alinhamento com os princípios de boa governança corporativa.
A parceria, anunciada no fim de setembro, marcaria a entrada da AMAGGI no setor de etanol de milho, um mercado em expansão no Brasil. A estratégia da companhia era se associar a uma empresa com expertise consolidada — no caso, a Inpasa, líder nacional na produção do biocombustível.
Além de fornecer parte do milho, a AMAGGI também planejava contribuir com biomassa de eucalipto para geração de energia nas unidades, utilizando plantios próprios. Já a Inpasa, embora ainda em fase inicial nesse tipo de projeto energético, começava a desenvolver suas iniciativas na área.
Com o fim da negociação, cada empresa seguirá com seus próprios planos estratégicos. Ambas indicaram que permanecem abertas a avaliar novas oportunidades de cooperação no futuro.