Wellington posta vídeo sendo chamado de governador e leva invertida de eleitores

Era para ser apenas um vídeo do senador Wellington Fagundes (PL) mostrando apoiadores à sua possível candidatura ao governo de Mato Grosso em 2026, durante a filiação do empresário Ubiratan Ferreira em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá). No entanto, a publicação acabou virando alvo de críticas de eleitores, especialmente de servidores públicos, por causa da reforma administrativa em tramitação no Congresso Nacional.

A proposta de reforma, que vem sendo amplamente debatida, altera direitos históricos do funcionalismo, como a possibilidade de exoneração por avaliações periódicas de desempenho e a manutenção da estabilidade apenas para as chamadas carreiras típicas de Estado — aquelas que só podem ser exercidas por servidores públicos, como delegados, policiais civis, auditores fiscais, diplomatas e procuradores.

“Essa reforma administrativa é um escândalo na terra, ela tira a estabilidade do servidor. A estabilidade do servidor não é à toa, ela serve para combater a corrupção e continuar o trabalho de excelência com as pessoas. Ela vai limitar os salários e retirar licença de professores, enfermeiros, o baixo clero do serviço público. Ela não vai tirar privilégios. Você, cidadão de bem, não apoie essa reforma, ela vai acabar com os serviços públicos e aumentar a corrupção. Não vote em deputados ou senadores que sejam contra as pessoas. Serviço público é de todos”, comentou uma internauta no post.

“Somos mais de 12 milhões de servidores públicos em todo o Brasil — trabalhadores que sustentam serviços essenciais em todas as áreas: saúde, educação, segurança, justiça, assistência e tantas outras. A Reforma Administrativa proposta ameaça direitos fundamentais, precariza o serviço público e penaliza quem mais precisa dele: a população. Saibam que quem votar a favor dessa reforma não contará com nosso apoio em 2026 — nem em ano nenhum no futuro. Servidores, seus familiares e milhões de cidadãos conscientes estarão atentos. Não esqueceremos”, escreveu outra internauta.

A PEC da Reforma Administrativa, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, é uma das principais pautas do governo federal e deve impactar diretamente o modelo de contratação, estabilidade e remuneração do funcionalismo. O tema, no entanto, tem enfrentado forte resistência de sindicatos, associações e servidores públicos, que organizam campanhas e manifestações em todo o país para tentar barrar a proposta.