Atraso nas chuvas compromete safra de soja em MT; menos de 25% foi plantado; veja vídeo

O atraso nas chuvas em Mato Grosso tem preocupado os produtores de soja diante do risco de redução na produtividade e até mesmo da perda de parte da colheita. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), menos de 25% da área prevista foi plantada até o momento, em razão da instabilidade climática que vem marcando o início do ciclo 2025/26.

“Havia uma expectativa de aceleração do plantio já após a segunda quinzena de setembro e estamos entrando na segunda quinzena de outubro e as chuvas ainda não regularizaram, ou seja, mesmo com esse plantio em andamento, havia lugares que estavam há mais de 10 dias sem chuvas, o que pode causar deficiência no estande de plantas, uma má distribuição de plantio ou também replantio, que ainda não é possível mensurar”, pontua o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Beber.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno El Niño — ainda presente sobre o continente — tem provocado irregularidade nas chuvas em praticamente todas as regiões produtoras do estado, especialmente no Médio-Norte e Nordeste mato-grossense, que concentram boa parte da produção de soja.

Entre os principais impactos do atraso no regime de chuvas estão o desenvolvimento desigual das lavouras, deficiência no porte das plantas e o comprometimento da produtividade em áreas já plantadas. Além disso, o atraso no plantio da soja pode impactar diretamente o calendário da segunda safra, especialmente a do milho, cuja janela ideal se estende até fevereiro.

“Quando é preciso replantar, o custo é muito alto. Muitas vezes o produtor fica em dúvida para não perder a janela da segunda safra. Por outro lado, se não replantar, pode colher menos, ainda que tenha caprichado no plantio. E ainda temos outros cenários, como quando a semente não tem o vigor desejável e as perdas podem aumentar”, enfatizou o presidente da Aprosoja MT.