O cacique mato-grossense Raoni Metuktire foi homenageado com o Prêmio Cultural Liberatum, em Londres, na última quarta-feira (15). Ele recebeu a honraria das mãos da cantora Anitta, em reconhecimento à sua trajetória de defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica.
“Minha missão sempre foi proteger a floresta e defender meu povo. Desde jovem, viajei o mundo levando essa mensagem e, agora, aos 93 anos, continuo firme nesse caminho. Esta viagem a Londres faz parte dessa missão. Recebo esta homenagem com gratidão, mas também com urgência. A Amazônia está sob ameaça e meu povo precisa de apoio para continuar cuidando da nossa terra”, afirmou ao receber o prêmio.
O Prêmio Cultural Liberatum é uma das principais homenagens do mundo voltadas a personalidades que impactam a sociedade por meio da arte, cultura, ativismo e preservação ambiental. A cerimônia reuniu nomes de destaque da música, do cinema e do ativismo global, e reconheceu Raoni como uma das vozes mais importantes da luta indígena e ambiental no planeta.
Cacique Raoni ganhou projeção internacional na década de 1970, quando um documentário sobre sua vida foi exibido no Festival de Cannes, na França. Em 1989, ele acompanhou o músico Sting em uma turnê por 17 países com a banda The Police, ampliando a visibilidade das causas indígenas e da preservação da Amazônia.
Entre suas ações de liderança e diplomacia ambiental, Raoni já se reuniu com diversos chefes de Estado e líderes mundiais. Em 2012, foi recebido pelo então presidente francês François Hollande, no Palácio do Eliseu, onde pediu apoio internacional para a preservação da floresta amazônica. Em 2019, também foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento ao seu trabalho em prol da defesa dos direitos indígenas e do meio ambiente.
Atualmente, o cacique continua atuando à frente da Associação Raoni, com sede no território Kayapó, no norte de Mato Grosso, que promove ações voltadas à proteção territorial, sustentabilidade e fortalecimento cultural dos povos indígenas da região.