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MEIO AMBIENTE

Irrigação ajuda na redução de emissões dos gases do efeito estufa

Da Redação

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À medida que a agricultura busca reduzir sua pegada ambiental, uma solução climática frequentemente negligenciada se coloca como uma potencial solução: a microirrigação e a irrigação por gotejamento. Tradicionalmente promovidos pela economia de água, esses métodos estão agora sendo reconhecidos por seus benefícios significativos na redução das emissões de gases de efeito estufa e de outros impactos ambientais.

Desde a redução da liberação de óxido nitroso (um potente gás de efeito estufa proveniente dos solos) até a contenção do escoamento e da erosão, as práticas de irrigação inteligentes para o clima estão ajudando os agricultores brasileiros a cultivar de forma mais sustentável. Para Eran Ossmy, presidente da Rivulis, essas práticas desempenham um papel importante na ação climática agrícola. “Os sistemas de gotejamento não apenas conservam água, eles reduzem significativamente as emissões de óxido nitroso e o escoamento de nutrientes, criando múltiplos benefícios ambientais a partir de um único investimento”, diz.

De fato, a pesquisa confirma isso, uma meta-análise global (Global Change Biology) descobriu que os sistemas de cultivo irrigados por gotejamento emitiram muito menos óxido nitroso (N₂O) do que aqueles do modo tradicional. Em média, o método reduziu as emissões de N₂O em 32% em comparação com a por sulco (superficial), e em 46% em relação a aspersão, sob regimes equivalentes de fertilização. Esta é uma redução que impressiona, considerando que o N₂O é quase 300 vezes mais potente que o CO₂ em seu efeito de aquecimento da atmosfera.

Mais detalhes

O mecanismo é direto: irrigação excessiva e solos encharcados tendem a produzir mais N₂O por desnitrificação, especialmente quando fertilizantes nitrogenados estão presentes. “O gotejamento evita saturar todo o perfil do solo, ela entrega água em doses medidas à zona radicular das plantas, mantendo condições mais aeróbicas e minimizando os “pulsos” de N₂O que ocorrem após as aplicações”, explica o engenheiro civil e gerente de projetos especiais da Rivulis no Brasil, Wagner Silva.

Um estudo na Califórnia, publicado pela Agriculture, Ecosystems and Environment em 2022, ilustrou esse efeito de forma vívida. Em testes com o capim-sudão (sorghum x drummondii), campos com irrigação por gotejamento subsuperficial apresentaram 59% menos emissões de N₂O por unidade de rendimento, em comparação com lavouras semelhantes usando o método por inundação. Ao mesmo tempo, aqueles com gotejamento aumentaram os rendimentos das lavouras em 6% e reduziram o uso de água em até 49%. Tendências semelhantes foram observadas com alfafa, com 38% menos emissões de N₂O e 7% mais rendimento. “É raro obter um ganho climático tão claro que também aumente a eficiência. Para métricas de sustentabilidade e até mesmo potencial de créditos de carbono, isso é enorme”, observou o presidente da Rivulis.

Meio ambiente só tem a ganhar

Além dos gases de efeito estufa, a irrigação por gotejamento ajuda o meio ambiente de outras maneiras. O escoamento químico e a lixiviação, uma das principais causas de poluição da água em rios e lençóis freáticos, são drasticamente reduzidos. “Como a água e os nutrientes são fornecidos em quantidades controladas próximas à zona radicular da planta, há muito menos excesso escoando do campo, levando nitratos ou produtos químicos consigo. Isso ajuda a proteger corpos d’água próximos das áreas de plantio, o que pode causar proliferação de algas e zonas mortas”, pontua Silva.

A conservação do solo é outro ganho, já que a irrigação por gotejamento evita que as áreas superficiais possam ser carregadas, e minerais possam então se acumular à medida que a água evapora. “Isso porque ao aplicar menores quantidades de água, o solo consegue absorver prontamente e o risco de erosão é virtualmente eliminado, um fator importante em campos inclinados ou solos frágeis”, explica o gerente.

Além disso, o método ajuda a prevenir a salinização do solo que frequentemente afeta terras irrigadas por sulco em regiões áridas. “Ao manter o padrão de umedecimento localizado e evitar a evaporação massiva da superfície do campo, o gotejamento reduz o acúmulo de sais na zona radicular”, detalha Silva. Agricultores em partes da Austrália e de Israel conseguiram recuperar terras que estavam se tornando salinas ao mudar para o gotejamento e implementar práticas regulares de lavagem.

Economia de energia

O argumento climático e ambiental para o gotejamento se estende também às economias de energia. Bombear e distribuir água consome muita energia, ou seja, a irrigação representa uma parcela significativa do uso de energia nas fazendas. O método por gotejamento pode reduzir isso de duas maneiras: (1) usando menos água no total, de modo que as bombas precisam mover menos volume devido à eficiência do gotejamento, e (2) pela capacidade de operar sob pressão mais baixa do que sistemas de aspersão, consumindo assim menos energia.

“Essa diferença de pressão se traduz em economia de energia. Em regiões onde geradores a diesel alimentam bombas de irrigação, cortar o uso de água em 30% com o gotejamento reduz diretamente o consumo de combustível e as emissões associadas de CO₂”, menciona o gerente da Rivulis. Para pequenos proprietários, adotar o gotejamento pode ainda permitir o uso de pressão gravitacional ou pequenas bombas solares, substituindo completamente bombas a diesel em alguns casos.

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