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ENTREVISTA ESPECIAL

Cultura patriarcal e omissão históricas são apontadas como as raízes do feminicídio em Mato Grosso, diz defensora

Nickolly Vilela

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Com 45 mulheres mortas vítimas de feminicídio apenas em 2025, Mato Grosso figura entre os estados com as maiores taxas do país. Para a defensora pública Rosana Leite, esse cenário não é fruto do acaso, mas de uma herança histórica marcada pelo patriarcalismo e pela omissão do poder público.

“Não sei se é pela forma como Mato Grosso foi colonizado, mas é muito visível essa visão patriarcal que faz vítimas todos os dias. Mesmo em comissões nacionais da Defensoria Pública, o estado é visto como um dos mais patriarcais do país”, afirmou Rosana.

A defensora explica que o machismo estrutural continua naturalizado no cotidiano e que a sociedade ainda falha em aplicar políticas públicas criadas para conter a violência de gênero. Um exemplo é a Lei Maria da Penha, que completará 20 anos em 2026, mas ainda não é cumprida integralmente. “Se há 19 anos tivéssemos cumprido todas as políticas públicas previstas no artigo 8º, hoje teríamos uma realidade diferente, a médio e longo prazo. Mas isso ainda não é visível em Mato Grosso”, lamentou.

Para ela, o descumprimento dessas diretrizes contribuiu para consolidar um ciclo de violência que se repete há gerações. “O resultado dessa omissão é a naturalização do desrespeito, da desigualdade e do medo. Precisamos discutir esse assunto em todos os lugares, nas escolas, nas famílias, nos ambientes de trabalho. É ali, no dia a dia, que o preconceito se perpetua”, defendeu.

Rosana também chama atenção para atitudes cotidianas que, embora pareçam inofensivas, reforçam a cultura da violência. “Não podemos aceitar piadas, comentários ou comportamentos que constranjam mulheres. Quando uma mulher se sente humilhada, ela já está em situação de violência”, alertou.

A defensora afirma que a mudança passa por um esforço coletivo. “A necessidade de agir é urgente. Não podemos continuar tratando a violência de gênero como um problema isolado, porque ela atravessa todas as camadas da sociedade”, concluiu.

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