Deputado Cattani reforça lealdade a Bolsonaro e crítica a acordos políticos “espúrios”
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) se posicionou firmemente em relação ao cenário político atual e à influência do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2026. Durante entrevista nesta terça-feira (28), Cattani afirmou que Bolsonaro continuará a ter um papel de grande relevância no processo eleitoral, apesar de estar afastado da comunicação direta com o público.
“Ele está restrito a um espaço pequeno e, mesmo assim, continuou movimentando o país cada vez mais forte. Não tem como acreditar que ele vai enfraquecer. Vai ter muita relevância nas eleições, toda relevância, como sempre”, declarou o deputado, destacando a força política do ex-presidente, mesmo após sua saída do cargo.
Cattani também comentou sobre o apoio crescente que Bolsonaro tem recebido de diversos políticos, afirmando que, mesmo com o distanciamento, muitos agora buscam se alinhar ao ex-presidente. “Todo mundo está com o apoio dele agora, estão perguntando pra quem ele está apoiando. Você só vê pessoas indo para o PL. Você não vai ver alguém brigando pelo PT ou brigando pela esquerda, todo mundo está aí querendo vir por causa dele”, afirmou. O deputado reforçou seu compromisso pessoal com Bolsonaro, dizendo: “Eu devo obrigação, fidelidade e obediência a Jair Messias Bolsonaro, isso que eu farei agora.”
No entanto, Cattani não se isentou de criticar outros políticos que, em sua visão, não representam verdadeiramente a direita. O deputado foi enfático ao expressar sua insatisfação com alianças políticas que considera “espúrias”, ou seja, com acordos baseados em interesses próprios e não nos ideais conservadores. “A pessoa tem que realmente ser de direita, tem que vir para a direita com tudo e não pela metade”, destacou.
Ele ainda se referiu especificamente aos dois pré-candidatos ao Governo do Estado, senador Wellington Fagundes (PL) e ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), com quem afirmou não ter problema algum em apoiar, desde que se mostrem alinhados com os princípios da direita. Contudo, Cattani foi contundente em sua crítica quando viu ambos se aproximarem de figuras políticas que considera comprometedoras. “Quando eu vejo o Otaviano se ligando ao grupo dos Maggi, que consequentemente vão estar junto com o (ministro) Carlos Fávaro (PSD), eu não consigo ver uma ligação de direita nisso”, disse, referindo-se ao apoio de Pivetta ao senador Neri Geller e ao alinhamento com o ex-senador Blairo Maggi.
O deputado também criticou a aproximação de Wellington Fagundes com o senador Jayme Campos, apontando que tal aliança não é compatível com os princípios da direita. “Quando eu vejo o senador Wellington falando que está junto com Jayme Campos, eu também não consigo apoiar”, afirmou Cattani, sublinhando que não se deixou convencer por essas alianças. “Esses acordos políticos espúrios que existiam no passado não podem continuar existindo.”
Sobre o senador Wellington Fagundes, Cattani disse que, apesar de ter sido aliado do bolsonarismo, ele teria mudado de postura ao longo do tempo. “Eu acho que o Wellington mudou muito. Eu acho que as atitudes dele mudaram muito, os votos dele representam isso, a posição dele representa isso”, criticou. Cattani também se referiu à última ação política do senador, expressando que já o havia confrontado diretamente sobre isso. “Eu mesmo já falei com ele e já o critiquei. Essa ação dele eu acho que não deve se misturar novamente com aquilo que foi o passado, mas eu acho que ele fez isso por se sentir traído.”
