Durante o debate sobre o “Consumo de proteína animal e a relação com a saúde humana”, no World Meat Congress (Congresso Mundial da Carne), em Cuiabá, três palestrantes internacionais desmistificaram que alimentação baseada apenas em vegetais, legumes e frutas sejam saudáveis para o consumo humano. Para eles, a inclusão de proteína animal (carne bovina, ovos, frango, entre outros) também pode fazer bem à saúde, desde que consumidas adequadamente.
Realizado pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) em parceria com o International Meat Secretariaty (IMS), o congresso trouxe para o debate sobre a importância da proteína animal na alimentação humana o cientista alimentar Frederic Leroy, da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica; o epidemiologia cardiovascular Andrew Mente, Universidade McMaster, no Canadá; e a comunicadora de nutrição, Carrie Ruxton, da Quality Meat Scotland, na Escócia.
No entanto, existe a necessidade de que a proteína seja consumida de animais com qualidade em sua criação, tratamento e abate. Além disso, foi ressaltado que as dietas não devem ser fixas e podem ser adaptadas com a evolução do corpo e tempo.
“É preciso ter alimentação com proteína de alta qualidade e alta frequência de nutrientes, é isso que a gente precisa. Não podemos cometer o erro de dietas engessadas, temos que alertar as pessoas que precisam olhar a evolução dos alimentos e entenderem melhor o seu corpo”, explicou Frederic Leroy, que destacou que existem “cenários veganos que também são ultraprocessados”.
Andrew Mente apontou a existência de estudos que ‘massacram’ o consumo de carne vermelha. No entanto, alertou que eles carecem de evidências técnicas e defendeu que a melhor dieta deve ser “negociada” entre paciente e nutricionista ou profissional de saúde.
“Temos que encontrar a forma de que a dieta imposta não tire fora a carne vermelha. Temos que tentar um sistema mais flexível, isso que temos que tentar fazer na verdade”, frisou.
Os especialistas defenderam um equilíbrio entre as composições das dietas – proteínas, carboidratos, fibras e gorduras. “Se você tiver maior diversidade na sua dieta, você vai viver mais saudável, viver mais. Se tiver dieta monótona, você não vai ser mais saudável”, frisou Carrie Ruxton.
“Pesquisas indicam que pessoas que tentaram dietas extremas sem a proteína animal ficaram doentes e depois que voltaram a consumir carne ficaram mais saudáveis”, complementou Andrew Mente.


