FECHANDO O CERCO
MP deflagra operação nacional contra o tráfico de animais e cumpre mandados em Cuiabá
Kamila Araújo
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), por meio da 15ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Cuiabá, participou nesta quarta-feira (29) da Operação Libertas, uma ação nacional voltada ao combate do tráfico de animais silvestres.
A operação, considerada uma das maiores já realizadas no país contra o comércio ilegal de fauna, é coordenada pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com apoio da Freeland Brasil e financiamento do Escritório de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação da Lei dos Estados Unidos (INL).
No total, 11 estados brasileiros participam da força-tarefa — entre eles Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Bahia.
Em Cuiabá, a ação teve o apoio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Polícia Militar Ambiental e do Ibama, resultando no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão. Outro mandado foi cumprido em Minas Gerais.
As investigações apontam que os criminosos atuavam no tráfico de aves silvestres retiradas de biomas como o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica — muitas delas ameaçadas de extinção. Os animais eram comercializados em feiras clandestinas e pontos de venda irregulares. Além do tráfico de fauna, os alvos da operação são investigados por receptação, falsificação de documentos, maus-tratos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A promotora de Justiça Ana Luiza Ávila Peterlini de Souza, titular da 15ª Promotoria do Meio Ambiente de Cuiabá, ressaltou que a ação reafirma o compromisso do Ministério Público na proteção da biodiversidade e no enfrentamento aos crimes ambientais.
“O tráfico de fauna silvestre é uma prática cruel que compromete o equilíbrio ecológico e alimenta redes criminosas. Nosso trabalho é interromper esse ciclo e responsabilizar os envolvidos”, afirmou.
A coordenadora nacional da operação, promotora Luciana de Paula Imaculada (MPMG), destacou que as investigações seguem para consolidar provas e oferecer denúncias pelos crimes de tráfico de fauna, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Já Juliana Ferreira, diretora-executiva da Freeland Brasil, reforçou que a ação integrada representa um avanço importante no combate ao tráfico de animais.
“Essa prática causa sofrimento a milhões de animais e ameaça espécies inteiras. Combater o tráfico é proteger a vida, a saúde pública e o equilíbrio ambiental”, concluiu.


