Mantida a prisão de integrante de facção criminosa preso em operação do Gaeco

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso  manteve a prisão preventiva de Pedro Marinho, conhecido como “Sombra”, investigado por integrar uma organização criminosa ligada à facção Comando Vermelho, com atuação no município de Feliz Natal.  A decisão, relatada pelo desembargador Lídio Modesto da Silva Filho, da  Quarta Câmara Criminal, foi unânime entre os magistrados que compõem a turma julgadora e publicada em 21 de outubro de 2025.

O habeas corpus foi impetrado pela defesa com o argumento de que o acusado possui condições pessoais favoráveis, como residência fixa e emprego, e que não há provas de sua participação direta nas ações criminosas. No entanto, o relator considerou que há elementos concretos que indicam a necessidade da prisão para garantir a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal.

A prisão de Pedro Marinho foi decretada no âmbito da Operação “Natal Antecipado”, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO/Sinop). As investigações apontaram a existência de uma organização criminosa estruturada, responsável pelo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na região.

O grupo teria uma hierarquia definida, com divisão de funções entre os integrantes e até um “tribunal do crime” para punir membros que desrespeitassem as regras internas. De acordo com os relatórios produzidos pelo Gaeco, Pedro Marinho atuaria como “lojista”, sendo responsável pela comercialização de entorpecentes. O grupo seria liderado por Marcos Henrique Camargo Gomes, o “Lacoste”, e sua companheira Talita Garcia Billig, conhecida como “Mandraka”, apontada como responsável pela contabilidade e repasse de valores ilícitos.

Ao negar o pedido, o desembargador ressaltou que as condições pessoais favoráveis não são suficientes para revogar a prisão preventiva quando há risco de reiteração criminosa. “A gravidade concreta dos crimes e o modus operandi do grupo justificam a manutenção da custódia cautelar”, afirmou o magistrado.

Com a decisão, Pedro Marinho permanece preso enquanto o processo segue em tramitação.