Roveri lamenta alta nos casos de feminicídio e diz que MT já emitiu 14 mil medidas protetivas em 2025

O secretário de Estado de Segurança Pública, César Roveri, lamentou o aumento dos casos de feminicídio em Mato Grosso e classificou os números como “tristes e vergonhosos”. Segundo ele, mesmo com os esforços do governo estadual e de outras instituições, o enfrentamento à violência contra a mulher ainda exige maior envolvimento da sociedade e fortalecimento das redes de proteção.

De acordo com Roveri, 47 mulheres foram assassinadas neste ano em crimes classificados como feminicídio, sendo que mais de 80% deles ocorridos dentro de residências.
“Infelizmente, é um número muito triste para nós, é um número vergonhoso. Mais de 80% desses crimes acontecem dentro das casas, o que mostra que o perigo muitas vezes está no ambiente doméstico”, afirmou o secretário.

Ele ressaltou que o enfrentamento à violência de gênero não é responsabilidade exclusiva das forças de segurança, mas um dever conjunto de toda a sociedade.

“Há mais de dois anos venho dizendo: não é um trabalho apenas da segurança pública. Precisamos ampliar essa rede de enfrentamento e investir em conscientização. Isso começa na educação, dentro das famílias e nas escolas — ensinando o menino a respeitar e a menina a não aceitar ser agredida”, defendeu.

Ações integradas e rede de proteção

Roveri destacou que o governo do estado tem atuado de forma integrada com o Ministério Público, o Poder Judiciário, a OAB e entidades civis, por meio da Câmara Temática da Mulher, criada dentro da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
“Nós temos reuniões frequentes — três, quatro por mês — para traçar estratégias de combate e prevenção. É um trabalho conjunto que envolve todo o sistema de Justiça e proteção à mulher”, explicou.

Como resultado desse esforço, Mato Grosso já emitiu cerca de 14 mil medidas protetivas apenas em 2025, número que, segundo o secretário, reflete a confiança crescente das vítimas nos canais de acolhimento.
“Essas 14 mil medidas representam 14 mil mulheres que buscaram ajuda, foram acolhidas e estão sendo protegidas. Isso mostra que a rede funciona e que as mulheres estão acreditando na proteção do Estado”, afirmou.

Ampliação da Patrulha Maria da Penha

Entre as medidas de reforço, Roveri destacou a expansão da Patrulha Maria da Penha, programa da Polícia Militar voltado ao acompanhamento de mulheres sob medidas protetivas.
“Dobramo¬s o número de equipes da Patrulha Maria da Penha neste ano, ampliando o atendimento e o monitoramento das vítimas em todas as regiões do estado”, disse.

O secretário relembrou ainda que o crime de feminicídio passou a ser contabilizado oficialmente em 2019, e que em 2020 o estado registrou 62 casos. Desde então, o enfrentamento ao problema tornou-se prioridade da política de segurança pública estadual, com foco na integração de instituições e na prevenção.

“Temos a obrigação de agir e estamos fazendo isso. Mas é um esforço que precisa ser compartilhado. Só com o envolvimento de todos — governo, instituições e sociedade — conseguiremos reduzir essas tragédias”, concluiu Roveri.