EM TOM DIPLOMÁTICO
Abilio minimiza projeto de Ranalli ao Senado e defende fim das brigas internas na direita
Nickolly Vilela
O prefeito Abílio Brunini (PL) minimizou o posicionamento do vereador Rafael Ranalli (PL), que diante da rusga entre o governador Mauro Mendes (União) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) se colocou como pré-candidato ao Senado Federal. O liberall adotou um tom diplomático e disse que “qualquer um tem o direito de se colocar como candidato” e que o debate eleitoral deve ocorrer de forma aberta e democrática até as convenções partidárias.
“Todo mundo que quiser ser candidato pode ser. É um direito legítimo. Até as convenções, qualquer pessoa pode se lançar ao governo, ao Senado ou à Assembleia. Isso faz parte do processo político”, afirmou o prefeito.
Ranalli defende uma chapa “raiz” do Partido Liberal (PL), sem alianças com políticos de fora do grupo de Jair Bolsonaro. O vereador também criticou duramente o governador Mauro Mendes por sua aproximação recente com o ex-presidente, chamando de “vergonha” qualquer tentativa de aliança com quem “atacou o filho do Bolsonaro”.
Abílio, no entanto, preferiu adotar um tom conciliador e pediu o fim das trocas de ataques entre aliados da direita. “Acho que já deu. Chega de ficar trocando e retrucando. Não tem mais necessidade de ficarem tretando. Ninguém ganha eleição sozinho, nem a direita, nem o centro, nem a esquerda. Todo mundo vai precisar construir alianças”, disse o prefeito.
O chefe do Executivo cuiabano também reforçou que manter um bom relacionamento com o governo do Estado é prioridade, independentemente das disputas partidárias. “Como prefeito da capital, cabe a mim ter uma boa relação com o governo. A cidade precisa disso. Já tivemos muitos problemas no passado por causa de brigas políticas e não podemos repetir isso”, pontuou.
Ao comentar o cenário eleitoral, Abílio avaliou que qualquer candidatura que aposte apenas em um espectro ideológico tende a errar na estratégia. “Acho que o Mauro erra se achar que pode vencer só com os votos da direita, assim como qualquer candidato da direita erra se achar que vence sem o centro. As alianças terão que ser amplas”, analisou.
Para o prefeito, o momento é de encerrar as divergências internas e retomar o foco nas pautas de interesse público. “Cada um tem o seu espaço político. O Mauro sempre foi um nome de centro-direita e o Eduardo, um representante fiel da direita. São estilos diferentes, mas não precisa transformar isso em guerra. Está na hora de parar com essa discussão e olhar para o que realmente importa: o projeto que vai ser apresentado ao povo no ano que vem”, concluiu Abílio.


