SEM INVESTIMENTO
Mendes lamenta falta de gestão estadual no Parque da Chapada: “Foi um crime contra Mato Grosso”
Kamila Araújo
O governador Mauro Mendes (União Brasil) lamentou que o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães não tenha sido transferido à administração do Governo de Mato Grosso, classificando a decisão federal como um “crime contra os mato-grossenses”. Segundo ele, o Estado havia proposto investir R$ 200 milhões em três anos na estruturação e modernização do complexo, mas o contrato acabou ficando nas mãos de outro grupo que, até o momento, não realizou nenhuma melhoria efetiva.
Mendes afirmou que a ausência de investimentos federais mantém o parque subaproveitado, apesar de seu enorme potencial turístico. “O governo federal prometeu aplicar R$ 18 milhões em 30 anos. Nós queríamos colocar dez vezes mais em um décimo do tempo. Infelizmente, o parque ficou parado, e ninguém vê obra ou benefício acontecendo”, declarou.
Potencial perdido e integração com o turismo estadual
O governador destacou que, se o Estado tivesse assumido a gestão, Chapada dos Guimarães poderia estar integrada ao circuito turístico que vem sendo estruturado em diversas regiões, aproveitando o fluxo de visitantes atraídos por grandes eventos como a Stock Car, que ocorre neste fim de semana no Parque Novo Mato Grosso.
“Se o parque estivesse nas nossas mãos, esses milhares de visitantes estariam conhecendo Chapada, almoçando nos restaurantes, conhecendo as belezas locais e movimentando a economia regional. Mas, do jeito que está, o potencial segue travado”, afirmou.
Investimentos em turismo em todo o estado
Durante a entrevista, Mendes também fez um balanço dos investimentos em turismo e infraestrutura realizados pelo governo estadual. Ele citou a construção e revitalização de orlas turísticas em Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Cáceres, São Félix do Araguaia, Luciara e Barra do Bugres, além da requalificação de Nobres e Bom Jardim, destinos conhecidos pelo ecoturismo e mergulho.
Segundo o governador, essas obras formam um projeto estratégico de valorização do turismo regional, voltado à geração de emprego e renda por meio da iniciativa privada. “O papel do governo é criar infraestrutura e dar condições para que o setor privado invista em produtos e serviços turísticos. Isso está acontecendo em várias regiões do estado”, explicou.
Críticas à burocracia federal
Mendes criticou o que chamou de “visão retrógrada e burocrática” do governo federal, que, em sua avaliação, impede o avanço do turismo sustentável em unidades de conservação. Ele citou o exemplo do Morro de São Jerônimo, uma das principais atrações da Chapada, cuja trilha exige longas caminhadas por falta de vias de acesso adequadas.
“Chapada é linda, mas inacessível. Há lugares incríveis, mas que o turista comum não consegue visitar. Falta estrutura, falta coragem de fazer uma estrada-parque, como existe em qualquer lugar do mundo. Aqui, criaram essa mentalidade de que turismo é destruição, e por isso o Brasil recebe tão poucos visitantes”, afirmou.
Parque Novo Mato Grosso e legado de gestão
O governador aproveitou para reforçar que a política de turismo e lazer implantada por sua gestão transformou Mato Grosso em um novo polo de eventos e experiências, com o Parque Novo Mato Grosso como símbolo desse legado.
“Quem não gosta de Mato Grosso é que não enxerga o que está sendo feito. Estamos entregando parques, orlas, estradas, investimentos históricos. Nosso governo está mudando o perfil do estado: do agronegócio para o turismo, a cultura e os grandes eventos”, finalizou.


