Ao todo, os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco unidades da Federação: Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal após representação da PF com apoio do Ministério Público Federal (MPF).
A deflagração da operação ocorre um dia depois de um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, em parceria com o grupo de participações Fictor, anunciar a compra do Banco Master, com aporte inicial de R$ 3 bilhões.
Como funcionava o esquema
A investigação teve início em 2024, a partir de uma requisição do MPF, depois que o Banco Central (BC) detectou irregularidades na composição de carteiras de crédito usadas como lastro em operações financeiras. Segundo os investigadores, uma instituição teria fabricado artificialmente títulos de crédito sem lastro real, carteiras consideradas “inexistentes” ou “insubsistentes”, e os vendido posteriormente a outra instituição financeira, entre elas, o BRB.
Após a fiscalização do BC, os papéis fraudulentos foram substituídos por outros ativos, também sem avaliação técnica ou lastro compatível. Para a PF, a manobra demonstra tentativa de acobertar o primeiro ilícito e aponta para um mecanismo estruturado de fraude envolvendo a alta cúpula das instituições envolvidas.
A investigação mira crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, além de possíveis delitos contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.


