Jayme critica resistência a reajuste do Judiciário e defende diálogo para solução: “O governo está pecando”

O senador Jayme Campos (União Brasil) afirmou que o governador Mauro Mendes erra ao resistir ao reajuste de 6,8% proposto pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), percentual que, segundo ele, está dentro da capacidade orçamentária do próprio Poder Judiciário. A declaração ocorre em meio a um impasse que já dura quatro semanas e que deve voltar à pauta da Assembleia Legislativa na sessão desta quarta-feira (19), após três pedidos de vista consecutivos.

“Mauro peca na medida em que esse aumento está sendo concedido pelo Tribunal de Justiça, que tem seu orçamento próprio. Eu imagino que, de forma responsável, o presidente do TJ e todos os desembargadores estejam concedendo aquilo que é factível dentro da sua disponibilidade financeira”, afirmou o senador.

Jayme reforçou que o reajuste não diz respeito apenas à valorização interna do Judiciário, mas também ao respeito às autonomias institucionais previstas na Constituição. Ele lembrou ainda que outros órgãos, como o Tribunal de Contas e o Ministério Público, também seguem suas próprias margens legais para aplicar correções.

O senador destacou que o Estado acumula uma defasagem salarial significativa com seus servidores — algo entre 19% e 20%, segundo ele — e que a única forma democrática de resolver o impasse é pela conversa franca com sindicatos e associações.

“Tem que dialogar. Receber sindicato, receber associação, ouvir. É assim que a democracia funciona. A solução precisa ser factível com os recursos do Estado, com sua arrecadação, mas também tem que considerar a valorização do servidor público, que merece reconhecimento e um salário digno”, afirmou.

Jayme concluiu defendendo equilíbrio e responsabilidade: “Cada poder deve dar aquilo que pode. Agora, travar reajuste que cabe no orçamento do Tribunal é um equívoco. O caminho é o diálogo.” O governo teme que o reajuste aos servidores do Judiciário possa causar um efeito cascata causando enorme impacto orçamentário ao longo dos anos.