Max Russi reafirma independência da Assembleia e defende recomposição igualitária aos servidores

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi, adotou um tom conciliador e institucional ao comentar, nesta quarta-feira (19), a aprovação do reajuste de 6,8% para os servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A votação ocorreu após semanas de tensão entre o Parlamento e o governo do Estado, que vinha alertando para possíveis impactos financeiros da medida.
Apesar do embate público, Russi assegurou que a relação entre a Assembleia e o Executivo permanece estável.

“Uma relação tranquila, como sempre foi. A Assembleia é um poder independente. Todos os projetos que chegam aqui precisam ser analisados com responsabilidade, cada deputado com sua consciência, sempre colocando Mato Grosso em primeiro lugar”, afirmou.

O deputado destacou que o Legislativo tem obrigação constitucional de debater qualquer matéria, por mais complexa que seja.
“Cabe à Assembleia discutir, passar pelas comissões, ouvir manifestações e votar. Cada um decide conforme sua convicção”, completou.

Questionado sobre o alerta feito pelo governador Mauro Mendes, que afirmou que a aprovação simultânea de reajustes no Judiciário e em outros setores poderia desencadear uma “crise sem precedentes” no caixa do Estado, Max Russi tratou o assunto com naturalidade.

“Respeitamos a posição do governo. O Executivo tem sua visão, que deve ser respeitada pelo Legislativo. Assim como o Judiciário tem o seu encaminhamento, porque apresentou o projeto. No fim, prevalece à decisão da maioria dos deputados”, ponderou.

Russi reforçou que, na sua avaliação, nenhum grupo de servidores deve ser tratado de maneira diferenciada.

“Acho que todos os servidores merecem recomposição. Não podemos conceder a uma categoria e negar às demais. Se os servidores do Judiciário têm direito, os da Assembleia, do Ministério Público e do Executivo também têm”, disse.

O parlamentar elogiou a postura administrativa do Tribunal de Justiça durante o processo.
“O Judiciário demonstrou capacidade de caixa, condição orçamentária e de pagamento. Sua diretoria encaminhou o projeto com responsabilidade”, pontuou.

Situação interna da Assembleia
Sobre a possibilidade de propor aumento para os servidores da própria Casa, além da recomposição anual tradicional de janeiro, o presidente foi cauteloso:

“A Assembleia precisa verificar sua condição de caixa. Se houver possibilidade, não há problema em avançar. Sempre fazemos tudo que é possível dentro do nosso orçamento”, afirmou.
Russi reforçou que qualquer discussão adicional só ocorrerá após o encerramento das votações em andamento.

“Temos que esperar o andamento. Ainda nem votamos tudo. Cada recomposição é importante, mas precisa caber no orçamento”, concluiu.
O clima de tensão das últimas semanas, assim, dá lugar a um discurso de institucionalidade, com o presidente da Assembleia reafirmando a independência entre os poderes e defendendo o princípio da isonomia entre os servidores públicos.