Demagogia brutal”: Júlio Campos reage a decretos de Lula contra demarcações indígenas

“Demagogia brutal”. Assim, o  deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) classificou  nesta terça-feira (18), os decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que ampliam e homologam três Terras Indígenas em Mato Grosso. A declaração ocorreu na tribuna da Assembleia Legislativa, em meio à confirmação de que o governador Mauro Mendes (União Brasil) irá à Justiça para tentar barrar as medidas.

Os decretos –  assinados por Lula durante a COP 30, em Belém – foram publicados no Diário Oficial da União e ampliam as Terras Indígenas Estação Parecis (Diamantino), Manoki (Brasnorte) e Uirapuru (Campos de Júlio, Nova Lacerda e Conquista D’Oeste), além de homologar uma quarta área entre o Pará e o Amazonas.

Júlio Campos fez críticas duras ao governo federal e classificou os atos como uma concessão “para agradar estrangeiros”, alegando prejuízos imediatos ao setor produtivo. Segundo ele:

“O presidente Lula, lamentavelmente, para agradar os gringos, assinou decretos ampliando reservas indígenas aqui em Mato Grosso, prejudicando nossos produtores rurais. Uma delas foi ampliada em 240 mil hectares para beneficiar 503 índios. Cada um deles será um fazendeiro de mais de 2.500 hectares. É um absurdo.”

O deputado citou ainda editorial do Estado de S. Paulo e dados do IBGE indicando evasão de famílias indígenas e quilombolas devido à falta de assistência técnica e médica, afirmando que as comunidades reivindicam políticas públicas efetivas e, não mais território.“Eles nos disseram: não queremos mais terra. Queremos assistência técnica, queremos trator, equipamentos para agricultura familiar.”

Em discurso, Júlio Campos elogiou a iniciativa do governador Mauro Mendes em ingressar com ação judicial contra os decretos e pediu que a Assembleia Legislativa também procure o Supremo Tribunal Federal (STF): “Peço que esta Casa vá ao Supremo contra essa demagogia do presidente Lula.”