DEU NO DOMINGO ESPETACULAR
Família contesta suicídio e pede investigação de namorado de advogada encontrada morta
Thalyta Amaral
Foi destaque no programa Domingo Espetacular, da TV Record, neste domingo (23), a busca por justiça da família de Viviane Fidélis, de 30 anos, encontrada morta em seu apartamento em setembro deste ano. A família contesta que a advogada tenha cometido suicídio e pede que o namorado dela, Rafael Rondon, seja investigado.
Viviane foi encontrada por uma vizinha já morta dentro do banheiro de seu apartamento, no Bosque da Saúde, em Cuiabá. A última pessoa a vê-la viva foi o namorado, que, mais de dois meses após a morte, ainda não foi ouvido pela Polícia Civil.
“Ele entra no apartamento e, em uma atitude de quem está desesperado, tira o corpo do local, tirou de trás da porta e coloca aqui no banheiro deitada no chão, mas com a cabeça pelo lado de fora da porta. Montou toda aquela cena, é uma cena toda montada”, afirmou a mãe da jovem ao Domingo Espetacular.
Aos policiais que atenderam a ocorrência, Rafael disse que eles haviam terminado o relacionamento e ele queria saber se ela estava bem, porque Viviane não estaria aceitando o rompimento.
No entanto, para a família, as imagens das câmeras de segurança do prédio da advogada não mostram que, na última conversa entre os dois, ele tentava abraçá-la e ela se desvencilhava várias vezes — uma atitude que não condiz com alguém que queria retomar o relacionamento. Há ainda o relato de amigas de que Rafael era ciumento e já teria sido agressivo com a namorada anteriormente.
Outro fato que chamou a atenção da família é que ele ainda não foi ouvido. Uma data foi marcada, mas o advogado de Rafael informou depois que ele iria usar seu direito de permanecer em silêncio, e o depoimento acabou cancelado.
“Não foi feito, por exemplo, a coleta de digitais nos materiais que foram encontrados. Quando eu fui ao apartamento tinha uma faca em cima da cama”, enfatizou ainda a mãe, que entrou com um pedido de anulação dos dois laudos feitos pela perícia.
O caso foi parar no Ministério Público do Estado (MPE), com pedido de aumento do prazo para a conclusão das investigações. “Ele veio nesse primeiro momento para o Ministério Público para dilação de praz, até porque há pendência de várias provas, várias diligências, inclusive provas periciais que foram solicitadas”, explicou a promotora de Justiça Claire Vogel Dutra.
Do outro lado das investigações, a perícia defende que as provas apontam para um suicídio. “A gente tem convicção de todo o trabalho que foi realizado, aquilo que está materializado nos laudos é o que, de fato, foi possível se apreciar no local diante do exame de necropsia”, garantiu o diretor metropolitano de Criminalística, Eric Zambrim.


