Fagundes diz que Bolsonaro estava “emocionalmente abalado” e atribui episódio da tornozeleira a quadro pós-pandemia

O senador e pré-candidato ao governo de Mato Grosso, Wellington Fagundes, comentou nesta quarta-feira o episódio envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de violar a tornozeleira eletrônica enquanto cumpria medida judicial. Segundo Fagundes, o caso deve ser analisado levando em conta o estado emocional do ex-presidente.

Em conversa com a imprensa, o senador afirmou que Bolsonaro atravessava um momento de vulnerabilidade psicológica. “Como ele mesmo disse, ele tomou remédios e estava numa situação, primeiro, emocionalmente abalado. É claro que uma pessoa que estivesse naquele momento sob condições normais não faria isso”, declarou.

Fagundes destacou ainda que o ex-presidente estava sozinho no momento da violação e que, segundo ele, Bolsonaro admitiu o ato “de forma muito clara”. Para o parlamentar, elementos emocionais e psicológicos — agravados no período pós-pandemia — podem ter contribuído para o comportamento registrado.

“Olha, o mal pós-pandemia vocês sabem qual é, né? Depressão. Esse é um mal que está atingindo o Brasil e, no caso, principalmente o presidente Bolsonaro. Ele é um ser humano. Ele também estava sob emoção muito forte”, afirmou.

Embora tenha evitado avaliar o mérito da investigação ou comentar sobre eventuais desdobramentos judiciais, Wellington Fagundes defendeu que o contexto emocional deve ser considerado na análise do caso. Segundo ele, a compreensão plena do episódio exige “olhar para a pessoa e para o momento vivido por ela”.

Na terça-feira (25), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) apoiou por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes de encerrar o processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Moraes havia tomado a decisão mais cedo nesta terça-feira (25/11), ordem que foi apoiada pelos outros ministros da Primeira Turma em julgamento virtual à noite.

Com isso, terá início a execução da pena. Moraes já havia determinado que o ex-presidente fique na mesma sala especial onde já estava preso preventivamente desde sábado (22), na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.