OPERAÇÃO EFETÁ
Advogado é apontado como elo jurídico e financeiro do Comando Vermelho em MT, diz Polícia Civil
Da Redação
As investigações da Polícia Civil colocam o advogado Rodrigo da Costa Ribeiro no centro de um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao Comando Vermelho em Mato Grosso. Segundo os investigadores, ele atuava como interlocutor da facção, mantinha contato direto com lideranças criminosas e prestava suporte jurídico, operacional e logístico ao núcleo estruturante da organização.
Conforme o inquérito, Rodrigo teria participado de transações financeiras com integrantes do grupo e orientado a ativação da empresa Granja Starck, identificada como uma empresa de fachada usada para ocultação e circulação de capitais ilícitos. Relatórios apontam que criminosos conhecidos como “Lajota”, “Augusto” e “Pinguim” tratavam o advogado como o “Doutor” responsável por interceder em conflitos internos, cobranças e execuções da “cartilha” da facção CVMT.
A Polícia Civil afirma ainda que Rodrigo fazia a ponte jurídico-financeira entre investigados e a companheira de “Batman”, liderança do Comando Vermelho foragida. A investigação cita, inclusive, que a fuga de Batman ocorreu do condomínio Brasil Beach, local onde o advogado teria tentado cadastrá-lo como visitante. Após a fuga, ele também teria apresentado a própria tornozeleira ao sistema.
O inquérito aponta que o grupo movimentou mais de R$ 360 milhões por meio de empresas de fachada e transações diretas entre integrantes da organização criminosa.
Operação Efatá
A Polícia Civil deflagrou na manhã de quarta-feira (3) a Operação Efatá, com o objetivo de desarticular o esquema de lavagem de dinheiro e enfraquecer a estrutura financeira do Comando Vermelho em Mato Grosso. A ação cumpre 148 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão, bloqueios financeiros e medidas cautelares.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), identificou movimentações superiores a R$ 295 milhões em contas de empresas de fachada, laranjas e pessoas jurídicas ligadas diretamente ao grupo criminoso.
