Crises políticas, avanços eleitorais e grandes operações: os assuntos que dominaram a semana em Mato Grosso

A semana em Mato Grosso foi marcada por intensos debates políticos, movimentações eleitorais estratégicas, episódios de grande repercussão na área de segurança pública e uma operação milionária de combate à sonegação fiscal. Entre decisões polêmicas na Assembleia, anúncios oficiais do cenário pré-eleitoral, casos policiais de forte impacto popular e uma ação robusta contra crimes tributários, o estado viveu dias movimentados e com grande atenção da opinião pública.

A seguir, um resumo dos principais temas que dominaram a semana:

1. Assembleia mantém veto e derrota servidores do Judiciário

Por 12 votos a 10, os deputados estaduais decidiram manter o veto do governador Mauro Mendes ao reajuste de 6,8% para os servidores do Tribunal de Justiça.
A votação ocorreu em clima de tensão, com servidores lotando as galerias e protestando durante toda a sessão.

O governo argumentou que conceder o reajuste criaria um efeito cascata para outras categorias e comprometeria a estabilidade fiscal, já que o TJMT hoje utiliza 88,4% de sua receita com pessoal. O reajuste elevaria esse índice para cerca de 95%, nível considerado crítico.

Os servidores, contudo, reagiram afirmando que o impacto caberia dentro do orçamento já previsto do Judiciário e que o congelamento salarial aprofunda perdas acumuladas ao longo dos anos.

2. PL oficializa pré-candidaturas e aquece disputa eleitoral

Em Brasília, o senador Wellington Fagundes anunciou oficialmente que será o pré-candidato ao Governo de Mato Grosso pelo PL, com José Medeiros lançado ao Senado.

O anúncio, feito em nome de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, reforça a estratégia de consolidar a direita no estado. Fagundes destacou a força da legenda — que governa municípios que somam 47% da população mato-grossense — e defendeu um governo “humano, municipalista e atento às necessidades do servidor público”.

A movimentação marca o início da consolidação das chapas para 2026 e posiciona o PL como protagonista na disputa estadual.

3. Repercussão nacional: policial aposentada rende suspeito de furto

A frase “Agi como policial, eu agi como mãe. Atuei na razão”, dita pela policial civil aposentada Glaucia Cristina Moura Alt, repercutiu nacionalmente após ela render um suspeito no telhado de sua casa, no bairro Cidade Alta, em Cuiabá.

O caso foi registrado em vídeo e viralizou. Glaucia afirmou que agiu para proteger as crianças e uma idosa que estavam na residência, e disparou para intimidar o suspeito, que não obedecia às ordens.

O homem foi detido pela PM, e o caso segue sob investigação.

4. Prefeito de Jangada é detido com arma sem registro

Outro episódio de grande repercussão envolveu o prefeito de Jangada, Rogério Meira (Rogerinho). Ele foi detido pela PM após moradores denunciarem uma SW4 preta circulando de forma suspeita em Acorizal.

Durante a abordagem, a polícia encontrou uma arma carregada sem registro, o que configura crime. O prefeito foi encaminhado ao Cisc Verdão, em Cuiabá, acompanhado de advogados e sem falar com a imprensa.

A ocorrência ampliou o debate sobre conduta de agentes públicos e segurança nas cidades do interior.

5. Operação Fake Export desmonta esquema de R$ 86 milhões

O Cira-MT deflagrou a Operação Fake Export, que desmontou um esquema de sonegação fiscal baseado na simulação de exportações de grãos.

Foram cumpridas 48 medidas cautelares, incluindo buscas, quebras de sigilo e suspensão de atividades. O grupo investigado utilizava empresas de fachada, documentos falsificados e “laranjas” para emitir notas de exportação sem que a carga saísse do país.

Só uma das empresas movimentou R$ 86,8 milhões em 2023, sendo R$ 42,9 milhões declarados como exportação fictícia. Já existe dívida ativa de R$ 34,4 milhões constituída.

Autoridades destacaram que o esquema prejudicava a arrecadação e distorcia a concorrência no setor agrícola. Novos desdobramentos são esperados.