Diego Guimarães avalia cenário e defende unidade da direita em meio à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro

O anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência da República, anunciado no último fim de semana, movimentou o tabuleiro político nacional e abriu uma nova rodada de debates dentro dos partidos de direita. Em Mato Grosso, o deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos) avaliou o impacto direto da decisão no projeto nacional da sigla, que hoje tem no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu principal nome para a disputa de 2026.

Guimarães reforçou que o lançamento de Flávio Bolsonaro não altera, por ora, a coerência e o alinhamento histórico de Tarcísio com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o desafio central da direita continua sendo manter-se unida. “O melhor caminho para a direita é estar unida. Nós não podemos ter a direita rachada”, afirmou.

O parlamentar lembrou que Tarcísio já deixou claro seu compromisso com Bolsonaro e que eventuais definições eleitorais dependerão exclusivamente do governador paulista:

“O governador Tarcísio, ex-ministro e pretenso presidenciável do Republicanos, já deixou muito clara a sua lealdade ao Jair Messias Bolsonaro. Ele externou isso de maneira muito clara, dizendo que, se esse é o desejo do Bolsonaro, ele vai seguir o desejo do Bolsonaro.”

Guimarães defendeu que o campo conservador precisa agir com maturidade, evitando radicalismos internos: “O Tarcísio é muito coerente. É essa coerência que a gente prega, que a direita precisa cada dia mais ter –  sem extremismo, com respeito e com união. Se nós não fizermos isso, infelizmente não vamos lograr êxito em tirar a esquerda do poder.”

Ao analisar o movimento político da família Bolsonaro, o deputado relembrou o contexto da prisão do ex-presidente – tema que, segundo ele, influenciou diretamente na decisão de Flávio.

“O Flávio deixou muito claro que essa medida precisava ser tomada devido ao cenário nacional, especialmente quanto à prisão decretada de seu pai. Nós entendemos que é uma prisão absurda, arbitrária, que não cumpriu o devido processo legal. Infelizmente, foi uma prisão política que o Bolsonaro está sofrendo.”

Para Guimarães, o Republicanos seguirá o caminho indicado por Tarcísio: “Se esse é o desejo do Tarcísio, certamente o Republicanos vai atender e vai seguir a candidatura do Flávio Bolsonaro se ela se confirmar.”

Mesmo com o lançamento de Flávio, Diego Guimarães afirma que nada muda a condição de Tarcísio como líder do partido nacionalmente: “O que a gente tem convicção é que o Tarcísio é a maior liderança política do Brasil dentro do Republicanos. É o governador do maior estado do país, tem uma aprovação singular, tem uma reeleição garantida em São Paulo. A decisão será pessoal. Ele sempre deixou muito clara a sua lealdade ao Bolsonaro, e não tenho dúvida que ele vai manter isso.”

O deputado revelou conversas internas recentes que reforçam a centralidade de Tarcísio no processo: “Conversei com alguns dirigentes partidários do estado esta semana e eles me disseram: ‘Diego, a decisão vai partir do Tarcísio. E se o Tarcísio quer apoiar o Flávio, nós vamos apoiar o Flávio’.”

Questionado sobre eventuais impactos no projeto regional do Republicanos em Mato Grosso, especialmente na pré-candidatura de Otaviano Pivetta ao governo do estado, Guimarães acredita que o movimento nacional não altera a consolidação do grupo local:

“Na minha opinião, não. A candidatura do Otaviano Pivetta está muito consolidada dentro do grupo político que governa Mato Grosso há sete anos. Os apoios dele têm aparecido cada dia mais.”

Para Diego Guimarães, o momento exige cautela e capacidade de leitura do cenário, mas sem abrir mão do que considera central: “Uma certeza eu tenho: o nosso partido precisa estar unido com a direita. A direita precisa estar unida para que a gente possa vencer o Lula em 2026.”