Sindicato sai em defesa de policiais penais após denúncia de tortura em penitenciária de Sinop

O Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso (Sindspen-MT) divulgou nota pública em defesa da atuação da categoria após a divulgação de um relatório de inspeção do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativao (GMF) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) sobre a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, mais conhecida como “Ferrugem”, em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), com denúncias de tortura e supostos planos contra autoridades.

Na manifestação, o sindicato afirma que os policiais penais têm atuado com profissionalismo e são peça central na execução do programa Tolerância Zero, voltado ao restabelecimento da ordem e da disciplina no sistema prisional e ao enfrentamento das organizações criminosas. A entidade sustenta que o trabalho dos servidores tem sido colocado sob suspeita sem que haja, até o momento, apuração com contraditório.

O Sindspen-MT questiona a metodologia do relatório, alegando que as informações teriam sido coletadas, em sua maioria, a partir de depoimentos de presos, muitos deles ligados a facções criminosas, sem que policiais penais fossem ouvidos para apresentar sua versão dos fatos. Segundo o sindicato, situações apontadas como agressões podem corresponder ao uso legal e progressivo da força para conter motins, desobediência e ações que colocam em risco servidores e custodiados.

“Quanto ao teor das acusações de tortura e supostos planos contra autoridades citados no relatório do GMF, o Sindspen-MT expressa profunda preocupação com a metodologia de coleta dessas informações. Observa-se que o documento se baseia majoritariamente em depoimentos de pessoas privadas de liberdade, em sua maioria vinculadas a facções criminosa”, diz trecho do documento.

“É lamentável que discursos de indivíduos que compõem o crime organizado em uma região sensível como Sinop ganhem tamanha ressonância, enquanto o trabalho árduo dos policiais penais — que arriscam suas vidas para garantir a segurança da sociedade — seja colocado sob suspeição sem a devida apuração dos fatos sob a ótica de quem faz a gestão do sistema”, enfatiza a entidade na nota.

A entidade afirma que não compactua com irregularidades, mas defende que eventuais denúncias sejam investigadas com base em provas e no devido processo legal. O sindicato informou ainda que sua equipe jurídica acompanhou a inspeção na unidade e aguarda a conclusão de um relatório técnico para análise.

Ao final, o Sindspen-MT reforça apoio aos policiais penais e pede cautela na divulgação de acusações, argumentando que julgamentos antecipados podem comprometer a imagem de toda a categoria antes do encerramento das investigações.