Da Redação
As estratégias do programa Passaporte Verde desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) foram apresentadas oficialmente durante a 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27). Objetivo central é garantir o desmatamento ilegal zero e garantir acesso a mercado com combate a boicotes internacionais. O projeto conta com a parceria do Governo de Mato Grosso, Ministério Público Federal (MPF), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), indústrias frigoríficas e pecuaristas.
Presidente do Imac, Caio Penido defendeu durante a apresentação do programa que é importante que haja um plano de comunicação internacional junto a implementação do Passaporte Verde. Comunicar melhor a produção sustentável do país é garantir mercado e combate a boicotes de países importadores.
“Precisamos fortalecer a nossa reputação, mostrando a verdade. A gente não precisa de imposição e de boicote, queremos parceria. A nova legislação da União Europeia vai fazer a classificação de risco de desmatamento dos países. Mas pensem bem, um país que não tem floresta, qual o risco de desmatamento?”, questionou Penido.
O programa é uma estratégia pactuada entre os setores produtivo e público para eliminar o desmatamento ilegal de propriedades pecuárias, valorizar a biodiversidade, melhorar o balanço de emissões gases de efeito estufa e garantir a inclusão social de pequenos e médios pecuaristas.
Durante a apresentação, o diretor técnico operacional do Imac, Bruno de Jesus Andrade, mostrou que o abate de animais jovens é uma das estratégias técnicas de implementação do programa. “Animais abatidos mais jovens possui melhor genética, são melhores alimentados e possuem mais qualidade”, explicou
Outro fator é garantir a rastreabilidade socioambiental e a qualidade da carne de Mato Grosso. “Queremos fazer a rastreabilidade dos animais desde o nascimento até o abate, em acordo com produtores, indústria frigorífica e o Estado”, explicou Andrade.
A meta de implementação do Passaporte Verde é para até 2025 garantir 100% da rastreabilidade de fornecedores diretos, junto a indústrias frigoríficas. Avançar nas análises do CAR, com a Sema. Também iniciar as operações de rastreabilidade dos fornecedores indiretos de forma inclusiva e possuir 1/3 da carne bovina proveniente de animais abatidos até 30 meses.
“Nós queremos que toda carne produzida em Mato Grosso ganhe o passaporte para garantir acesso em qualquer país do mundo. Partimos do princípio que nenhum país produtor e exportador de carne bovina possui a sustentabilidade tão efetiva quanto o Brasil. Certamente a nossa é mais sustentável que a dos Estados Unidos, Argentina, Austrália e Uruguai, então a carne de MT tem que ter preferência”, afirmou o presidente do Imac, Caio Penido.