O bumerangue volta para a testa do STF
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello criticou a corte em comentário sobre a PEC do STF, que limita o poder de decisões monocráticas na corte, aprovada no plenário do Senado, na quarta-feira (22).
“A toda ação corresponde uma reação. Não há a menor dúvida e não somos ingênuos de que a disciplina dessa PEC resulta em uma retaliação a atos praticados pelo Supremo. Eu dizia na bancada: ‘toda vez que avançávamos e invadíamos a seara de outro poder, lançávamos um bumerangue que poderia vir à testa do próprio Supremo’. Parece que ele está vindo”, afirmou Marco Aurélio em entrevista ao UOL, nesta quinta-feira (23).
Em seu comentário, Marco Aurélio criticou a conduta de ministros que, na opinião dele, supervalorizaram suas decisões, e o trâmite na corte do inquérito do 8 de janeiro. “Primeiro, temos a potencialização das decisões individuais. Cada qual no Supremo se acha o próprio Supremo. Talvez a reação do Congresso decorra disso. Também há, talvez, outros atos praticados em excesso. Por exemplo, até hoje não compreendi como o Supremo avocou para si os inquéritos alusivos aos episódios de 8 de janeiro. Isso deveria estar na primeira instância”, afirmou.
