A grande maioria dos CEOs tem medo de perder seus empregos devido à IA, revela pesquisa

Fortune

O que os CEOs realmente pensam da inteligência artificial? A pergunta incomodou o CEO da Dataiku, Florian Douetteau – cuja empresa vende software de IA para empresas – e sua equipe o suficiente para encomendar uma pesquisa para descobrir.

Uma coisa ficou clara a partir dos resultados: os CEOs veem a IA como uma ameaça às suas posições.

Na pesquisa, 74% dos CEOs em geral – e 79% nos EUA – disseram que podem perder seus empregos em dois anos se não proporcionarem ganhos comerciais mensuráveis impulsionados pela IA. A pesquisa, conduzida pela Harris Poll em nome da Dataiku no início deste ano, entrevistou 500 CEOs na Europa e nos EUA.

“Parte do que aprendemos com a pesquisa é que muitos CEOs percebem que precisam fazer coisas sobre IA e estão quase, até certo ponto, com medo de perder o emprego ou a posição por causa da IA, por não fazer o suficiente”, disse Douetteau no evento Brainstorm AI da Fortune em Paris.

Para a Dataiku, saber como os CEOs veem a IA pode ser útil. Clientes tão variados quanto Morgan Stanley, GE Aviation e Perdue Farms usam sua plataforma para gerenciar dados, análises e projetos de IA. Fundada em 2013 em Paris, a última avaliação reportada da empresa foi de US$ 3,7 bilhões.

Estratégias de IA fracassadas

Na pesquisa, 70% dos CEOs disseram acreditar que um colega CEO será demitido até o final do ano devido a uma estratégia de IA fracassada ou crise induzida por IA, de acordo com a pesquisa.

Na pior das hipóteses, disse Douetteau, os líderes empresariais que implantam uma iniciativa de IA imperfeita “quebram de fato alguma coisa… eles criam um problema.”

Mas os CEOs também veem riscos em não agir rápido o suficiente com a IA, acrescentou. Embora possam ser acusados de serem irresponsáveis com a tecnologia se agirem muito rápido, eles também temem ser substituídos por um CEO de próxima geração que prioriza a IA se forem muito lentos, disse ele.

“É um momento em que muitas organizações realmente transformarão sua produtividade, onde aquela que for mais rápida para a IA será potencialmente uma grande vencedora, mas também onde as pessoas que vão rápido demais e criam riscos em seus negócios também podem ser as primeiras perdedoras”, disse ele.

Se a IA tem CEOs no limite, suas equipes de liderança também devem ser cautelosas, sugerem os resultados da pesquisa. “Metade de todos os CEOs pesquisados acredita que a IA pode substituir de 3 a 4 membros da equipe executiva para fins de planejamento estratégico”, afirma o relatório da pesquisa. E “89% acham que a IA pode desenvolver um plano estratégico melhor do que um membro de sua equipe de liderança executiva”.

Douetteau também observou um resultado de pesquisa mostrando que 94% dos CEOs sentiram que um agente de IA “poderia fornecer conselhos iguais ou superiores sobre decisões de negócios do que um membro humano do conselho de administração”.