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Alvo de operação tem mutilações no corpo; ela também é vítima do grupo

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução/PJC

Quando as equipes da Polícia Civil chegaram para cumprir um mandado de busca e apreensão contra uma jovem de 16 anos, moradora de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), investigada por integrar um grupo que incitava automutilação, suicídio e até venda de conteúdo pornográfico infantil na internet, descobriram que ela também era vítima.

“Quando a gente chegou lá, se constatou que ela tinha uma série de marcas de cortes no braço, nas pernas. Então, não só ela era suspeita, como também vítima desse grupo criminoso”, disse o delegado Gustavo Godoy, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI).

Segundo o delegado, em análise das redes sociais da jovem, foi possível constatar em conversas que ela ensinava outras pessoas a se automutilarem, configurando assim, que agia de forma suspeita e parecida com o grupo, que tinha como líder um adolescente de 15 anos, morador de Rondonópolis. Ele foi pego nesta terça-feira (27) e levado para internação.

As investigações identificaram uma rede de pessoas, com participação de adolescentes, que, de forma articulada, praticava crimes como indução, instigação ou auxílio à automutilação e ao suicídio, perseguição (stalking), ameaças, produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil, apologia ao nazismo e invasão de sistemas informatizados, incluindo acesso não autorizado a bancos de dados públicos.

 

As práticas criminosas ocorriam principalmente em plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, nas quais os investigados disseminavam conteúdos de violência extrema, estimulavam comportamentos autodestrutivos, realizavam coação psicológica, ameaças e exposição pública de vítimas — em sua maioria, adolescentes — causando danos emocionais e psicológicos severos.  

Godoy afirmou que as vítimas eram encontradas de forma aleatória, pelas redes sociais ou nas “panelas”, que são grupos de Telegram ou WhatsApp. E que, não tinha nenhuma ligação ou sequer conheciam pessoalmente os membros do grupo. “Nenhum deles se conhecia. Tanto é que cada um está em um canto do país, espalhados em todas as regiões”, disse. Até o momento, 3 vítimas foram identificadas e são menores.

O delegado titular da DRCI, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, ressaltou a importância da continuidade e do aprofundamento das ações repressivas contra este tipo de criminalidade.

“A atuação integrada entre os estados e o Governo Federal tem sido fundamental para identificar e neutralizar redes criminosas que operam no ambiente digital, aliciando vítimas vulneráveis. Essa operação representa mais um avanço no enfrentamento de crimes cibernéticos, reforçando nosso compromisso com a proteção da infância e juventude e com a responsabilização daqueles que atentam contra direitos fundamentais por trás da aparente impunidade da internet”.

A operação ocorreu de forma simultânea em 12 estados brasileiros, com a participação das Polícias Civis do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. Ao todo, estão sendo cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa.

As ações estão concentradas nos municípios de Manaus e Uruçará (AM); Mairi (BA); Fortaleza e Itaitinga (CE); Serra (ES); Sete Lagoas e Caeté (MG); Sinop e Rondonópolis (MT); Aquidauana (MS); Marabá, Barcarena, Canaã dos Carajás e Ananindeua (PA); Oeiras (PI); Lajeado (RS); São Domingos (SE); São Paulo, Guarulhos, Porto Feliz, Itu, Santa Isabel e Altair (SP).

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