Famato critica recursos do Plano Safra e diz que valor não supre necessidade do produtor

O lançamento do Plano Safra 2025/2026 pelo Governo Federal, com a liberação de R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial, foi recebido com ressalvas pelo setor produtivo de Mato Grosso. Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), o montante anunciado não é suficiente para atender à real demanda dos produtores rurais.

Apesar do aumento de R$ 8 bilhões em relação ao plano anterior, o presidente da Famato, Vilmondes Tomain, considera que o valor precisa ser analisado com cautela, principalmente devido ao cenário econômico enfrentado pelo agronegócio. “É um recurso importante, mas que precisa ser analisado com cautela, principalmente por causa das taxas de juros praticadas. O produtor rural tem convivido com custos de produção elevados, queda no preço das commodities e dificuldades para acessar crédito”, avaliou Tomain.

As taxas de juros previstas para o novo ciclo do Plano Safra variam entre 8,5% e 14% ao ano, consideradas altas diante da combinação de margens apertadas e aumento dos custos no campo. Além disso, a Famato alerta que, historicamente, parte dos valores anunciados acaba não sendo efetivamente liberada, o que compromete o acesso ao crédito por parte dos produtores.

A nova edição do plano prevê recursos para operações de custeio, comercialização e investimentos, voltados principalmente a médios e grandes produtores rurais. Já para a agricultura familiar, o governo anunciou, na segunda-feira (30), R$ 89 bilhões, com foco em linhas de crédito ampliadas, incentivo à mecanização, irrigação sustentável, apoio a cooperativas, quintais produtivos para mulheres rurais e transição agroecológica.

A Famato reforça a necessidade de o governo assegurar que os recursos do Plano Safra sejam efetivamente disponibilizados e aplicados em sua totalidade, a fim de garantir condições mínimas para o desenvolvimento do setor.