DOIS PESOS DUAS MEDIDAS
Emanuel critica silêncio na Câmara após afastamento de vereadores acusados de corrupção
Kamila Araújo

O ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), comentou o afastamento judicial dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), acusados de envolvimento em um esquema de corrupção para aprovação de projetos de lei na Capital. Segundo o emedebista, o caso causou surpresa e o silêncio da Câmara Municipal chamou atenção.
“Eu recebi com surpresa. Até eu não entendi, como também não entendi o silêncio ensurdecedor de alguns vereadores”, disse o ex-prefeito.
Emanuel ainda comparou a situação ao tratamento que ele próprio recebeu do Legislativo quando enfrentou processos e pedidos de investigação enquanto estava à frente da Prefeitura de Cuiabá.
“E por muito menos que isso, eles abriram processantes, fizeram CPI, pediam afastamento, pediam isso e aquilo. Agora, diante de um caso muito mais grave, o silêncio prevalece. Mas isso faz parte. Pelo menos, eu estou respeitando o direito de defesa deles”, completou.
Os vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson foram afastados dos cargos no dia em junho deste ano no âmbito da Operação “Perfídia”. Eles são suspeitos de se valer dos cargos e funções públicas para solicitar e receber vantagem indevida para facilitar a aprovação de matéria legislativa de interesse da empresa HB 20 Construções, responsável pelas obras no Contorno Leste, em Cuiabá.
Os parlamentares teriam embolsado a quantia de R$ 250 mil, que seria parte de um montante de R$ 4.849.652,46 pagos pelo município à construtora, após a aprovação de um projeto na Câmara Municipal.
Além da determinação de afastamento, Chico 2000 e Sargento Joelson foram submetidos a mandados de busca e apreensão, tiveram seus passaportes apreendidos, bens sequestrados e R$250 mil bloqueados.
Eles estão impedidos de acessar à Câmara de Cuiabá e a empresa HB20 Construções e também não podem manter contato com funcionários da empresa e nem com testemunhas do caso.
Emanuel Pinheiro foi ouvido pela Câmara de Vereadores, na CPI do Estacionamento Rotativo, que avalia o contrato com a concessionária CS Mobi.