PROJETO JÁ ESTÁ NA MENTE
Abilio reforça intenção de comprar prédio da Santa Casa e criar centro de cuidados paliativos em Cuiabá
Kamila Araújo

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), reafirmou nesta quarta-feira (10) que mantém o interesse em adquirir o prédio da Santa Casa de Misericórdia, para garantir que a unidade de saúde continue em funcionamento, e diz que a intenção é transformar a estrutura em um hospital voltado exclusivamente para cuidados paliativos, com atendimento a pacientes com doenças incuráveis ou em fase terminal.
“Não desisti da Santa Casa. Mesmo com todas as dificuldades financeiras, não podemos abandonar um patrimônio histórico da cidade. Se deixarmos, vai acabar ruindo. Já tem parte da fachada prestes a cair”, afirmou o prefeito durante coletiva.
A unidade de saúde deve fechar as portas em setembro, quando for inaugurado o Hospital Central. O governo do Estado já anunciou que irá transferir os serviços oferecidos na Santa Casa para a nova unidade de saúde e deixo claro que não tem interesse em continuar com o hospital aberto.
A Santa Casa, atualmente custa cerca de R$ 20 milhões ao Estado. Para Abilio, o município não deve manter a unidade com a estrutura atual, mas sim dar a ela uma nova finalidade:
“Hoje temos quase 40% dos leitos de enfermaria e uma parte dos de UTI ocupados por pacientes paliativos, que não têm para onde ir. Precisamos dar dignidade a essas pessoas”, justificou.
O projeto prevê a destinação do espaço para cuidados contínuos e humanizados, o que, segundo o prefeito, também traria alívio para os leitos de UTI atualmente sobrecarregados com pacientes que não necessitam de terapia intensiva, mas não têm outro local para receber acompanhamento.
“Hoje um leito de UTI custa R$ 1.600 por dia. Um paciente paliativo internado em UTI chega a custar R$ 50 mil por mês. Se conseguimos realocá-los para um espaço apropriado, como a Santa Casa reformada, além de oferecer atendimento mais adequado, liberamos leitos para outros pacientes em estado grave”, explicou.
Abilio também revelou que pretende buscar apoio dos parlamentares e conversar com a Justiça do Trabalho, que detém o domínio do imóvel por conta das dívidas trabalhistas existentes, para encontrar uma solução viável. “Vamos atrás de todas as possibilidades. Se não for por emenda, será por outro caminho. O que não dá é para deixar a Santa Casa virar ruína”, completou.