BOLSONARO NÃO SERÁ CALADO
Abílio critica decisão contra Bolsonaro e alerta: “País está entrando numa zona delicada”
Patrícia Neves

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), reagiu às medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18), classificando a decisão do STF como mais uma ação de caráter político, que amplia a tensão institucional no Brasil e ameaça o equilíbrio democrático.
Para Abílio, o momento exige responsabilidade e moderação das instituições, mas o que se vê, segundo ele, é um clima de perseguição disfarçado de legalidade, com potenciais consequências graves para o país.
“O meu posicionamento é que isso é apenas uma percepção política. Se essa decisão for motivada pelo posicionamento do presidente Bolsonaro diante dessas mudanças, ela acaba sendo mais uma ação que reforça como somos vivos e sensíveis ao que acontece no país. Isso contribui para a construção de um Brasil, mas também gera uma percepção que pode refletir negativamente, inclusive com a reação de outras cidades.”
Abílio alertou ainda para o impacto dessas decisões no ambiente social e econômico, apontando para um cenário de instabilidade que, segundo ele, pode afetar diretamente a população, a exemplo do que ocorreu na Venezuela.
“Esse tipo de medida só aumenta a instabilidade do país, eleva a sensação de insegurança, inclusive climática, e pode impactar a economia. Isso pode gerar uma nova pressão sobre a população, especialmente num momento em que já vivemos em constante estado de emergência, com possíveis mutações raras surgindo em meio às tensões que enfrentamos. O país está entrando numa zona delicada. Olha a Venezuela, o tanto de refugiados”.
Ao tratar da restrição imposta ao ex-presidente quanto ao uso das redes sociais, o prefeito avaliou que a medida pode interferir diretamente nas eleições de 2026, mas reforçou que a influência política de Bolsonaro não será facilmente silenciada.
“Quanto à permissão ou não do uso das redes sociais: isso pode, sim, prejudicar o poder de influência de Bolsonaro nas eleições de 2026. Mas a voz do conselheiro, do próprio filho continua sendo ouvida, mesmo que alguém tente calá-los. “Não vão silenciar a voz e nem o posicionamento dele, pelo contrário, vai aumentar as tensões”.