BOLSONARISMO FANÁTICO SÓ PREJUDICA
Júlio Campos critica radicalismo político de Abílio e ala bolsonarista: “Esses boçais não têm mais vez na política brasileira”
Kamila Araújo

O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) fez duras críticas ao comportamento político do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), e aoutras lideranças políticas ligadas ao Partido Liberal (PL) de Mato Grosso. Para o parlamentar, a intolerância e o extremismo ideológico estão com os dias contados na política brasileira.
Segundo ele, a postura de Abílio e de outros integrantes do PL reflete um comportamento “boçal” que despreza os princípios democráticos do diálogo e da convivência política.
“Isso é coisa de Abílio e de radicais extremistas de direita, que não terão mais vez na política brasileira. O que precisa acabar nesse estado é essa frescura, essa boçalidade desses radicais que acham que a gente não pode conversar com adversário político”, afirmou.
Campos relembrou ainda um episódio em que foi alvo de críticas por participar do aniversário do deputado Fabris, realizado no mesmo dia da vitória eleitoral do presidente Lula (PT).
“Aquele fato também ocorreu. Era o aniversário do Fabris, no dia da vitória do Lula. O restaurante é público. Isso não pode ser motivo de escândalo político”, argumentou.
Veterano na política, o deputado destacou sua trajetória como representante da direita tradicional, desde os tempos da Arena, partido de sustentação do regime militar, e fez questão de se distanciar do bolsonarismo radical.
“Ninguém é mais de direita do que eu, mas não da direita radical do bolsonarismo fanático que está prejudicando o Brasil. Sou da direita autêntica. Fui fundador da Arena, quando o presidente era Médici.”
Ele também admitiu apoio e doações à campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas criticou o comportamento de quem, segundo ele, se arroga a autoridade exclusiva da direita.
“Votei no Bolsonaro duas vezes, doei dinheiro para campanha, não me nego e não me arrependo disso. A última vez que ele pediu Pix, fui o primeiro a mandar – esse dinheiro que está sustentando Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.”
Campos encerrou o desabafo reforçando que o radicalismo leva ao isolamento e ao fracasso político. “Esses frescos, esses boçais acham que são donos da direita. Nós temos que ter raciocínio, equilíbrio. Você não pode desconhecer que a democracia é a arte da conversa. Todo mundo que é extremista tem um fim triste na política.”