SEPULCRO CAIADO
Advogado tenta isentar mãe e irmão de esquema que causou prejuízo de R$ 21,7
Da Redação

O advogado João Gustavo Ricci Volpato tentou isentar a mãe, Luiza Rios Ricci Volpato, e o irmão, Augusto Frederico Ricci Volpato, de qualquer envolvimento na gestão de empresas, que segundo a Polícia Civil, foram usadas em um esquema de desvios da Conta Única judicial, que chegam a cifra de R$ 21,7 milhões. O caso veio à tona após a deflagração da operação Sepulcro Caiado, no dia 30, e que levou para cadeia, dez pessoas, sendo sete advogados.
Uma carta, divulgada pelo site MidiaJur, apresentado à Justiça, Volpato afirmou que as empresas citadas na investigação, embora tenham como sócios a mãe e o irmão, estariam sob gestão exclusiva dele. A carta tem assinatura do advogado e foi datada em 30 de julho, mesmo dia em que a ação policial foi deflagrada. A Polícia Civil considera que os três fazem parte do núcleo central do esquema criminoso. No total, dez pessoas foram presas, entre elas sete advogados. Volpato permanece preso em Cuiabá.
Conforme decisão, assinada pelo magistrado Moacir Rogério Tortato, as investigações, as duas empresas vinculadas a família, RV Empresa de Cobrança LTDA e Labor Fomento Mercantil LTDA, supostamente estão envolvidas no esquema de desvio, entre os anos de 2018 e 2022. “Os elementos reunidos durante a investigação e as condutas apuradas gravitam em torno de um núcleo centralizado na figura de João Gustavo Ricci Volpato, seus familiares e empresas a ele vinculadas, com envolvimento direto de advogados, como Régis Poderoso de Souza, Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, Themis Lessa da Silva, João Miguel da Costa Neto e Rodrigo Moreira Marinho, sempre com a colaboração de servidores lotados no Poder Judiciário”.
Ainda conforme a decisão, “os indícios apontam para um modus operandi estruturado e reiterado, sustentado por aparência de legalidade e uso indevido da atuação profissional para conferir aparência de regularidade às fraudes realizadas. O grupo criminoso ajuizava ações de cobrança e, sem o conhecimento das partes rés, simulava a quitação da dívida via depósito judicial, juntando aos autos comprovantes de pagamentos falsificados. Com isso, um servidor fazia a migração do respectivo valor da Conta Única do TJMT para a conta vinculada ao processo, para que houvesse fundos para o resgate do alvará”.
Os levantamentos iniciais identificaram 17 processos protocolados pela quadrilha, dos quais 13 possuem como parte autora o investigado João Gustavo Ricci Volpato, além de outros três processos ajuizados pelas duas empresas em que ele atua como sócio.