Secretário admite baixo efetivo policial em MT e aponta falhas no caso do assalto em Brasnorte; Dois PMs presos

O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, César Roveri, reconheceu em entrevista  na manhã desta segunda-feira (4), que o efetivo da Polícia Militar ainda é reduzido em diversos municípios do estado, especialmente em localidades mais afastadas. A declaração foi emitida ao comentar o assalto à agência do Sicredi em Brasnorte, ocorrido no dia 31 de julho, quando apenas 10 policiais militares estavam destacados na cidade. Dois desses agentes, segundo Roveri, precisaram se ausentar do plantão por motivos administrativos, agravando a situação no momento do crime.

No total, 14 pessoas já foram presas por envolvimento no assalto, incluindo dois policiais militares que estavam de serviço no dia do crime. Ambos são suspeitos de terem “enrolado” no acionamento do protocolo padrão para reação imediata à ação criminosa, o que gerou desconfiança quanto à possível participação dos agentes no esquema.

“O número é pequeno, sim, e infelizmente há indícios de que esses dois policiais estavam envolvidos. Se eles tivessem feito apenas o acompanhamento padrão, como determina o procedimento, com certeza o caso teria sido resolvido em menos de 48 horas, talvez até em menos de 24”, afirmou o secretário.

Roveri destacou que o governo estadual já vem trabalhando para ampliar o efetivo policial nas regiões mais vulneráveis. Segundo ele, municípios que antes contavam com apenas três a seis policiais passaram a ter de 12 a 14 agentes. “Essa foi uma estratégia definida pelo próprio governador Mauro Mendes. Antes, por exemplo, Brasnorte tinha três policiais. Hoje, tem 12. No dia do crime, estavam 10, mas dois foram removidos temporariamente, e agora com a prisão dos dois envolvidos, vamos repor esses postos.”

O secretário também citou que 230 novos policiais militares estão atualmente em formação e devem concluir o curso em dezembro de 2025. O reforço no interior do estado está previsto para ocorrer logo após a formatura.

“No início de 2026, faremos um novo estudo. Sempre consideramos dois fatores: a necessidade e a possibilidade. A contratação de servidores exige estudos detalhados de impacto fiscal e responsabilidade orçamentária, pois são profissionais que atuarão por décadas, inclusive com reflexos na aposentadoria. Não podemos agir por impulso”, explicou.

Desde 2019, segundo Roveri, o governo do estado já contratou cerca de 3 mil servidores para a área da segurança pública. A expectativa, de acordo com ele, é continuar avançando na estruturação dos pequenos municípios e distritos que historicamente contavam com efetivo muito abaixo do necessário.

“Todos os casos graves estão sendo investigados. Os que não foram divulgados ainda, já estão identificados, e seguimos trabalhando para dar resposta à população. A segurança pública é prioridade do governador e de toda a nossa gestão, porque ela afeta diretamente a vida de todos nós”, concluiu o secretário.