ILEGALIDADES
CNJ mantém julgamento de juiz federal acusado de corrupção e envolvimento com cassino clandestino
Thalyta Amaral

Foi mantido para esta terça-feira (5) o julgamento, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do juiz federal que atuava no interior de Mato Grosso, Raphael Casella de Almeida Carvalho. Ele responde a cinco processos administrativos por supostas irregularidades no exercício da profissão, como atuar como empresário e ter recebido propina.
O conselheiro do CNJ, João Paulo Schoucair, negou os recursos do magistrado, que alegava que seu advogado tem duas outras audiências no mesmo dia no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). No entanto, Schoucair indeferiu o pedido, tendo em vista que esse não é o único advogado que defende Raphael.
Nos processos, Carvalho responde pelos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, exploração de prestígio, improbidade administrativa, crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem tributária e previstos na Lei de Lavagem de Capitais.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o juiz federal era sócio oculto de várias empresas, incluindo um cassino clandestino — disfarçado por um hotel de fachada. Pela legislação brasileira, magistrados não podem ser proprietários de empresas.
Ele ainda é suspeito de receber propina para conceder benefícios previdenciários. Segundo a Receita Federal, o magistrado movimentou mais de R$ 46 milhões, valor incompatível com sua renda.
Em outro dos processos, ele é acusado de prometer benefícios a uma comunidade indígena, mesmo sem ter laudo que apoiasse a decisão. Em troca, os indígenas teriam que votar em candidatos por ele indicados para deputado federal, deputado estadual e governador.