COLAPSO INSTITUCIONAL
Pivetta vê “abuso” do STF, cita de CPI e impeachment de Moraes, e cobra postura firma do Senado
Kamila Araújo
O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), fez duras declarações nesta quarta-feira (6) ao comentar a crise institucional entre os poderes no Brasil. Ele defende que o Senado Federal assuma sua responsabilidade constitucional de fiscalizar o Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), e intervenha para restabelecer a ordem no país.
Para Pivetta, o atual cenário de tensão entre os poderes tem gerado consequências graves para a economia e provocado um impacto emocional negativo na população. Segundo ele, a instabilidade já começa a causar danos “irreparáveis” e exige uma resposta firme por parte do Congresso Nacional.
“O Senado é o único órgão com prerrogativa constitucional para agir sobre o Judiciário. O Brasil está vendo o que está acontecendo. Não dá para continuar assim”, afirmou, ao cobrar uma postura mais incisiva dos parlamentares.
Ao ser questionado sobre possíveis caminhos para enfrentar o impasse, o vice-governador não descartou medidas como a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou até mesmo o impeachment de ministros do STF. Embora não tenha citado nomes diretamente, reconheceu que a destituição de membros da Corte é um instrumento previsto e que pode ser considerado diante da pressão popular.
“Se existem mecanismos legais, por que não usá-los? Os senadores precisam dar uma resposta à sociedade”, pontuou.
As declarações de Pivetta ocorrem em um momento de forte polarização nacional, em que decisões do Supremo têm sido questionadas por setores políticos e da sociedade. A crítica direta ao papel da Corte reforça o coro de lideranças que pedem o reequilíbrio entre os poderes, especialmente em meio a debates sobre liberdades individuais, decisões monocráticas e o alcance das ações do Judiciário.
A manifestação do vice-governador adiciona combustível ao debate sobre os limites institucionais no país e pressiona o Senado a se posicionar diante das crescentes tensões. Para Pivetta, é hora de “alguém ceder” e retomar a normalidade democrática.